Great Scott #814: Único estrangeiro melhor marcador da Premier League por duas equipas?
Jimmy
Jerrel Floyd Hasselbaink. O homem nasce no Suriname e faz-se à vida como emigrante na Holanda, levado pelos pais. Começa a jogar futebol, curiosamente à baliza. Depois avança para extremo e, por fim, como avançado. Sempre na Holanda.
Aos 23 anos de idade, em 1995, Jerrel aparece em Campo Maior para um teste. O treinador é Manuel Fernandes. Dois jogos-treinos valem-lhe um contrato com o Campomaiorense. Nesse período à experiência, Jerrel vira Jimmy. A ideia é do presidente honorário Rui Nabeiro, o homem da Delta, no intuito de desviar as atenções dos mais traiçoeiros.
Em Portugal, o bom do Jimmy marca uma época em Campo Maior e outra no Porto, ao serviço do Boavista. Daí salta para o Leeds United em 1997 e consegue a proeza de ser o melhor marcador da Premier League em 1999, com 18 golos, tantos quanto Dwight Yorke (Manchester United).
Jimmy aventura-se então por Espanha e realiza uma época inesquecível de má, com descida de divisão e perda da final da Taça do Rei pelo Atlético Madrid. O regresso a Inglaterra é uma inevitabilidade, agora pelo Chelsea, em Maio 2000, pela verba recorde de 15 milhões de libras. O impacto é imediato, Jimmy é o melhor marcador isolado da Premier League. Ao todo, 23 golos – o vice é Marcus Stewart, do Ipswich, com 19.
Nessa época 2000-01, Jimmy faz um golo vs. Portugal, nas Antas, para a qualificação do Mundial-2002. O jogo acaba empatado 2:2 e a Holanda falha o Mundial, ultrapassada pela Irlanda, segunda classificada do grupo. A carreira de Jimmy ganha mais três clubes entre Middlesbrough (final perdida da Taça UEFA), Charlton e Cardiff (final perdida da Taça de Inglaterra). As botas arrumam-se em definitivo em 2008 com a missão mais-que-cumprida.
No currículo, uma Taça de Portugal pelo Boavista (vs. Benfica) a título colectivo. E duas Botas de Ouro a título individual. E por dois clubes, caso único em toda a história da Premier League desde 1992. Está de parabéns, o Jerrel.