Great Scott #831: Quem marca dois golos no último jogo de Casagrande em Portugal?
Balakov
Casagrande é um avançado bom de bola. Amigo do peito de Sócrates, os dois formam uma bonita aliança no Corinthians democrático em plena ditadura militar no Brasil.
Anos mais tarde, em 1986, Casagrande é apresentado como reforço do FC Porto para atacar o título europeu e, embora nem tudo lhe corra às mil maravilhas, com uma lesão a meio de um jogo europeu vs. Bröndby, a verdade é que o brasileiro levanta a Taça dos Campeões, como suplente não utilizado. Ao todo, só nove jogos e dois golos, um deles na estreia, vs. Vitória SC, nas Antas (2:2).
Segue-se uma aventura em Itália e volta a uma final europeia pelo Torino, em 1992, agora Taça UEFA, perdida para o Ajax pela ingrata regra dos golos fora. No regresso a casa, Casagrande assina pelo Flamengo e, coincidência das coincidências, revisita Portugal. E, feitas as contas, estreia-se no José Alvalade – na sua única época portista, nem é tido nem achado por Artur Jorge no clássico, por culpa da tal lesão na Dinamarca.
Estamos em 1993, dia 17 Agosto. Uma semana antes, o Sporting apresentara-se aos sócios vs. Ajax. O onze de Bobby Robson é Lemajic; Peixe; Nélson, Valckx e Paulo Torres; Paulo Sousa; Figo, Filipe e Balakov; Cadete e Pacheco. O onze de Evaristo de Macedo inclui 10 + Casagrande.
O primeiro golo da noite sai dos pés de Lemajic, aos 10’. O guarda-redes, um dos reforços do Verão, está lesionado há dois minutos e quer afastar a bola para fora do relvado, a fim de ser assistido pela equipa médica. É tão desastrado no seu gesto que o Flamengo aproveita para abrir o marcador, através de Fabinho. Seria ele também o autor do momentâneo 2:2, aos 61’, e do único cartão vermelho de Jorge Coroado, aos 81’, por agressão a Filipe.
O Sporting ganha 4:3 a jogar contra dez e o herói é o suplente Capucho, em cima do minuto 90, numa jogada individual em que recebe do lateral Nélson, dribla um adversário e roda sobre si mesmo antes de aplicar um pontapé de baixo para cima. Antes, muito antes, o Sporting marca por Balakov e Cadete. O búlgaro é quem dá a volta ao marcador antes do intervalo, primeiro de penálti aos 24’ (mão de Índio), depois de livre directo aos 42’. Na segunda parte, o tal Fabinho empata e Fábio Baiano dá a volta para o Flamengo aos 67’ (ambos os golos com culpas para o suplente Costinha). Segue-se a reacção do Sporting, puxado pelos seus adeptos.
Aos 77’, canto de Figo e salto de Cadete para o 3:3. E, aos 90’, o 4:3 de Capucho no regresso de Casagrande a Portugal. Daí a quatro dias, o Sporting abre a 1.ª divisão, também no José Alvalade, e ganha 2:1 vs. Salgueiros. Na baliza, Costinha – a lesão de Lemajic impede-o de jogar até Janeiro 1994, já com Carlos Queiroz ao leme.