#66 Dínamo Kiev 1974-75
Há máquinas imparáveis e há o Dínamo Kiev de Lobanovski. Atenção, o bom do Valeri faz três Dìnamos de eleição, um por década. O primeiro de todos é o dos anos 70 e a conquista autoritária da Taça das Taças em 1975 é um hino à palavra eficácia (quase) descontrolada.
Aqui o quase é porque o Dínamo é o campeão mais campeão da Taça das Taças, com oito vitórias em nove jogos. E o descontrolada é porque o Dínamo bate em todos com uma facilidade insultante, sobretudo o pobre Ferencvaros na final, em Basileia. Do mesmo veneno prova o Bayern Munique na supertaça europeia, com 1:0 em Munique e 2:0 em Kiev (os três golos pertencem todos ao mesmo craque elevado a Bola de Ouro, de seu nome Blokhin).
Por falar nele, Blokhin é quem abre a caixa de Pandora. E é também ele quem a fecha. Isto é, Blokhin marca o primeiro e último golos do Dínamo nessa epopeia europeia, vs. CSKA Sofia e Ferencvaros numa edição da Taça das Taças com a grata presença de Real Madrid e Benfica.
Tanto um como outro eliminados na mesma quarta-feira, 19 Março 1975. O Benfica cai em casa vs. PSV, com golo de Van der Kuylen no último suspiro (1:2), se bem que o 1:1 já seja proveitoso para os holandeses pela regra do golo fora (0:0 em Eindhoven). Em Belgrado, o Estrela Vermelha recupera a desvantagem de dois golos trazida de Madrid por obra e graça do capitão Dzajic (de cabeça) e do guarda-redes Petrovic (penálti). No prolongamento, nada de nada. Nos penáltis, 5:5 na primeira série. Na segunda, o lateral Djordjevic permite a defesa de Miguel Ángel e, depois, Benito atira por cima da trave. Segue-se Jankovic, 6:5. Avança Santillana, defende Petrovic.
Na eliminatória seguinte, PSV Eindhoven e Estrela Vermelha apanhados em contrapé. Tchan tchan tchan tchaaaaaan, eis a primeira final europeia do Leste. E os dois países com sede de glória inédita. O Dínamo é o segundo representante soviético em finais (Dínamo Moscovo 1972), o Ferencvaros é também o segundo húngaro (MTK 1964).
O cenário é Basileia e o Dínamo Kiev joga um futebol muito mais à frente, absolutamente demolidor. O 2:0 ao intervalo é um indício de superioridade flagrante. Onischenko marca os dois golos, o primeiro em jogada de contra-ataque e o segundo em ataque organizado. Em ambas, Blokhin deixa a sua marca como maestro do meio-campo para a frente. Na segunda parte, Blokhin fixa o resultado.
CSKA Sofia | 1:0 | Blokhin |
CSKA Sofia | 1:0 | Blokhin |
Eintracht | 3:2 | Blokhin / Onischenko / Muntijan |
Eintracht | 2:1 | Onischenko-2 |
Bursaspor | 1:0 | Onischenko |
Bursaspor | 2:0 | Kolotov / Muntijan |
PSV | 3:0 | Kolotov / Onischenko / Blokhin |
PSV | 1:2 | Burjak |
Ferencvaros | 3:0 | Onischenko-2 / Blokhin |