Great Scott #840: Único não internacional nos convocados de Cabrita para o Euro-84?
Vermelhinho
A epopeia de Portugal na qualificação para o Euro-84 começa no sorteio. A sorte madrasta inclui-nos num grupo com dois mundalistas de categoria internacional: URSS e Polónia. Mais a Finlândia.
A federação nomeia Otto Glória, seleccionador dos Magriços em 1966 e campeão africano com a Nigéria em 1980. O brasileiro arranca bem, 2:0 na Finlândia e 2:1 vs. Polónia nas Antas. Segue-se o desastroso 5:0 em Moscovo.
Para a segunda volta da fase de apuramento, a federação nomeia Cabrita e Portugal tem de ganhar os três jogos para chegar a França. Meu dito, meu feito entre 5:0 vs. Finlândia no José Augusto, 1:0 vs. Polónia em Wroclaw e 1:0 vs. URSS na Luz. O tal penálti de Jordão apura-nos.
Cabrita elabora a lista dos 20 eleitos para a fase final e salta à vista um nome novíssimo em folha: é o do portista Vermelhinho, autor de um célebre golo em Aberdeen na ½ final da Taça das Taças desse ano de 1984. É ele o único com zero internacionalizações, até nas camadas jovens.
E o caso nem muda de figura após a entrada de Jorge Martins para o lugar de Zé Beto, suspenso pela UEFA por um ano à razão dos desacatos com o trio de arbitragem na final da Taça das Taças. E isto porque o guarda-redes do Vitória FC tem zero internacionalizações AA; sim senhor, mas acumula jogos na formação da selecção nacional.
‘Estou a viver uma alegria enorme, mais, ao mesmo tempo, uma alegria merecida, porque justifiquei a chamada com uma época brilhante no FC Porto. Vou trabalhar para jogar, mas a opção é dos treinadores. Se fosse eu a decidir, jogava mesmo.’
Verdade seja dita, nem um (Vermelhinho) nem outro (Jorge Martins) fazem minutos no Euro-84. Dos dois, só Jorge faz a ponte para o Mundial-86, sempre como terceiro guarda-redes, atrás de Bento e Damas, e sem um joguinho pelos AA.
