Great Scott #844: Quem marca o único golo do Fafe na 1.ª divisão sem direito a imagens da RTP?
Mário
O Fafe na 1.ª divisão é uma viagem de ida e volta, em 1988-89. Entre dois treinadores, Manuel de Oliveira primeiro, José Rachão depois, a equipa esgrima argumentos para a permanência. Em vão, acaba por descer para a 2.ª, zona norte, e nunca mais volta.
Seja, uma época é uma época e há sempre valor acrescentado. O plantel inclui nomes engraçados como o paraguaio Sotil, o zairense N’Goma, o búlgaro Gospodinov e o então jugoslavo (agora bósnio) Perduv. Ao longo das 38 jornadas, acumula nove vitórias, 14 empates e 15 derrotas. Em golos, 47 sofridos e 29 marcados. Desses, há um sem direito a imagens na RTP.
Estamos a 1 Dezembro 1988, uma quinta-feira. O Fafe recebe o Beira-Mar e há 0:0 ao intervalo. A abrir a segunda parte, Bugre atira bem de longe, o guarda-redes Quim defende com dificuldade e o egípcio do nosso contentamento Abdel Ghany empurra para o golo. Os cinco mil espectadores no Municipal torcem o nariz. José Rachão idem idem. Vai daí, faz uma dupla substituição: saem Sotil e Flávio, entram Abel e Mário.
É precisamente Mário quem assina o 2:1 definitivo, no minuto seguinte ao 1:1 de Rogério. O golo da vitória é uma jogada de laboratório. Se não é, passa a ser. Vamos lá então: canto de Guedes com muita força para a entrada da área e cabeceamento certeiro de Mário. A defesa do Beira-Mar é apanhada desprevenida. Os adeptos também. Da RTP nem se fala.
Só se fala do golo nesse dia e, à noite, no programa Remate, a RTP pede desculpas. Não há o golo do Mário. A vitória, essa, já lá canta. Dois pontos para ajudar a sair do poço e, sobretudo, para evitar a provável saída de Rachão.
Azar dos azares, é o único golo de Mário na 1.ª divisão.