Great Scott #851: Quem é o primeiro guarda-redes do Benfica nas competições da UEFA?

Bastos

O Benfica é o campeão português em 1955, a UEFA avança com a Taça dos Campeões em 1955. Está feito. Ou não?

A UEFA tem outras ideias e a primeira edição da prova europeia funciona por convite. O Sporting recebe-o. Naturalmente, é o clube com mais títulos de campeão nacional (9:8 vs. Benfica) e aquele com mais adeptos no estádio. A estreia europeia do Benfica é adiada até 1957, porque o FC Porto é campeão em 1956 e, aí sim, a UEFA abandona o sistema por convite em detrimento da meritocracia.

Muito bem, 1957. O sorteio junta Benfica e Sevilha na primeira eliminatória. Primeiro lá, depois cá. O 3:1 deixa o Benfica abananado. Adiante, passamos a bola ao guarda-redes benfiquista Bastos. ‘Foi uma aventura sem igual. Saímos aqui de Lisboa às quatro da manhã para jogar às três da tarde desse mesmo dia. Fomos de avião e chegámos de manhã, ficámos ali sentados a olhar para o ar numa pensãozita barata.’

E porquê? ‘O nosso presidente [Maurício Vieira de Brito] era muito agarrado ao dinheiro e não queria fazer muita despesa com essa história da Taça dos Campeões. Por acaso, até entrámos animados e ganhávamos ao intervalo [1-0 de Palmeiro, o capitão de equipa], mas depois quebrámos fisicamente. A segunda parte foi toda deles, mereceram a vitória, sem dúvida.’

Mal acaba o jogo, o Benfica regressa a casa. ‘Foi banho no balneário e avião com eles. Chegámos a Lisboa de madrugada e jogámos dois dias depois, para o campeonato [Oriental, 7:0 na Luz]. Uma loucura! E pensar que, três meses antes [Junho], tínhamos ido a Madrid para a Taça Latina com dois dias de antecedência.’