Great Scott #866: Único guarda-redes a sofrer dois golos de canto directo numa época de 1.ª divisão?
Dú
Guineense de nascimento, Hidraldo José Carvalho Nogueira, mais conhecido por Dú, aventura-se em Portugal entre os postes e chega aos juniores do Sporting 1985-86 num plantel com Cadete e Amaral. Sem lugar nos seniores, Dú faz pela vida nos escalões secundários entre Santa Clara, Olhanense, Seixal e Caldas até chegar ao Estoril.
Na Amoreira, sob o comando de Fernando Santos em 1991-92, vira titular da baliza da primeira à última jornada. Dú tem então 23 anos e está entre o veterano Carlos Ferreira (29) e o maçarico Paulo Xavier (21) no ranking dos guarda-redes.
O início de época é tremido, em Chaves. O golo solitário da tarde é um canto directo do búlgaro Slavkov, aos 13 minutos. A proeza repetir-se-ia na baliza de Dú daí a uns bons meses, agora em casa, vs. Marítimo. O Estoril ganha 1:0 desde o primeiro minuto, golo do boliviano Sánchez num pontapé do outro mundo bem fora da área. O empate surge aos 63’ pelo brasileiro Heitor. O homem marca um canto com vento a favor e a palmada na bola de Dú é inofensiva.
Dois golos de canto directo na mesma época é dose. Para acalmar os ânimos, Dú é a figura do jogo num 2:2 na Luz, onde o outro guarda-redes do jogo é também negro (Neno), o que resulta numa reportagem a meio da época com os dois sob o pano de fundo do racismo nas balizas portuguesas, e ainda num 1:1 vs. Sporting na Amoreira.