Great Scott #906: Quem é o herói do Beira-Mar na mais improvável reviravolta na Taça de Portugal?
Gaio
A Taça de Portugal é pródiga em situações inexplicáveis entre recuperações do arco da velha, goleadas do tempo da outra senhora e toma-gigantes. A edição de 1966-67 reserva uma surpresa muito peculiar na eliminatória dos 16 avos entre Beira-Mar e Montijo.
O sorteio reserva a primeira mão para o Campo Luís de Almeida Fidalgo, casa do Montijo. O Beira-Mar, grande favorito pela presença na 1.ª divisão, apanha quatro-secos. Veredas é a figura da tarde com um hat-trick. O quarto da tarde pertence a Ferra, aos 79 minutos. Tudo sai bem à equipa da 2.ª divisão e tudo sai mal ao Beira-Mar, com particular destaque para os falhanços de Nartanga na cara do guarda-redes Redol.
Quatro a zero é dose. E agora, em Aveiro? O Beira-Mar chama a si o protagonismo e, espante-se, empata a eliminatória ao intervalo. O início do prélio intimida qualquer um: Gaio e Diego saem do meio-campo a fazer tabelinhas. De repente, Gaio lança Garcia e o cruzamento deste apanha Diego solto ao segundo poste. A emenda de cabeça é facílima.
O 2:0 surge aos 20 minutos, por Nartanga. O avançado cabeceia um centro de Gaio da direita. Aos 34’, Abdul marca um canto, Nartanga cabeceia à trave e Garcia faz a recarga vitoriosa, também de cabeça. No instante seguinte, o Montijo perde a bola e permite uma avançada de Brandão, concluída com um remate mais em força do quem jeito de Gaio.
Para a segunda parte, o espectáculo do golo é mais lisonjeiro. A festa, essa, é rija. Já a jogar contra dez montijenses, por expulsão de Virgílio, culpa de uma entrada sem bola sobre Garcia, o Beira-Mar alcança o glorioso 5:0. Obra de Gaio, ao minuto 76, num encosto fácil à boca da baliza na sequência de um centro rasteiro de Garcia.
Notável, a recuperação. Almeidinha, treinador do Montijo, está boquiaberto. ‘Nunca esperei que fôssemos eliminados, o Beira-Mar entrou de rompante e surpreendeu-nos.’