Great Scott #912: Quem marca o primeiro e o único golo da era Jorge Gonçalves no Sporting?

Great Scott Mais 11/23/2023
Tovar FC

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Great Scott #912: Quem marca o primeiro e o único golo da era Jorge Gonçalves no Sporting?

Silas

Jorge Gonçalves. O nome soa-nos familiar, o bigode transporta-nos para o passado. Seja adepto do Sporting ou não, Jorge Gonçalves é uma figura dos anos 80, sobejamente conhecido. Pelo bigode. E também pelo estilo. Afinal, é ele quem tenta contrariar o domínio do Benfica através das famosas unhas do leão. A expressão é do próprio presidente e inclui uma série de jogadores com cartel. O primeiro é o holandês Frank Rijkaard. Seguem-se Rodolfo Rodríguez (guarda-redes uruguaio), Tony Sealy (avançado inglês), Carlos Manuel e muitos mais.

O reinado do presidente Jorge Gonçalves começa então a 24 de Junho de 1988, nas mais concorrridas eleições do Sporting. Antes, muito antes, já está em campanha e até apresenta o avançado sueco Eskilsson, no intervalo de um jogo no 25 de Abril, em Penafiel, para o campeonato. Pormenor: Jorge Gonçalves aparece vestido à Sporting. Uma semana depois, eis Rijkaard apresentado pelo Sporting à comunicação social.

“Esta é a primeira unha do meu leão”, reafirma, peremptório, Jorge Gonçalves. Desvenda que o negócio só é possível devido à intervenção da multinacional Ecofiance, que paga ao Ajax os 284.700 contos que falta. Rijkaard treina com os novos companheiros uma, duas vezes e nunca chega a jogar. O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol alega o fecho do período de inscrições e Rijkaard é emprestado ao Saragoça, antes de arrepiar caminho para o Milan, onde ganha tudo e mais alguma coisa (voltaria a Alvalade, com a camisola do Ajax, para o jogo de apresentação em 1994).

Para fazer esquecer o desastroso 4.º lugar de 87-88, Jorge Gonçalves faz chegar ao José Alvalade nomes como Rodolfo Rodríguez, o temperamental guarda-redes uruguaio, Carlos Manuel, futuro capitão leonino, Ricardo Rocha, central da selecção brasileira, Silas, outro titular do Brasil, e Eskilsson, avançado sueco, sem esquecer o motor Douglas. Esse mesmo, o das meias descaídas.

Nas primeiras onze jornadas, o Sporting do uruguaio Pedro Rocha, contratado por Jorge Gonçalves depois de Manuel José ter sido vetado por dirigentes e um abaixo-assinado com seis mil assinaturas, regista cinco empates e seis vitórias. Em Guimarães, a 6 Novembro, os leões caem com um golo de Silvinho, ex-Sporting. Três dias depois, vem a eliminação na Taça UEFA, aos pés da Real Sociedad de Arconada e Bakero.

Sem bom futebol para ver, as preocupações do Sporting viram-se para a “pala” do Estádio José Alvalade. Cai? Não cai? A polémica enrola a imprensa portuguesa durante meses a fio e há quem sugira que se pusesse em cima dela para ver o efeito. Meu dito, meu feito. E, afinal, está tudo bem, embora a citada pala precise de umas obras (Sousa Cintra encarregar-se-ia disso, no ano seguinte). Entretanto, Pedro Rocha já se mudara para o Uruguai e Jorge Gonçalves opta pela contratação de Manuel José. Sim, o proscrito por sócios e dirigentes. Com ele à frente da equipa, nada muda. E a indignação aumenta de som.

No final dessa época, as eleições presidenciais de 24 Junho 1989 elegem Sousa Cintra como presidente: 40 898 votos contra 16 063 de António Simões, 6 522 de Jorge Gonçalves e 109 de Miguel Catela. É o fim do reinado, iniciado e fechado com um golo de Silas. É verdade, coincidência das coincidências é o brasileiro quem marca o primeiro golo da era Jorge Gonçalves (2:0 vs. Leixões, em Matosinhos) e também o último (3:0 no Restelo, vs. Belenenses).

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