Great Scott #955: Quem é o herói do Estoril no jogo da subida à 1.ª divisão em 1981?
José Abrantes
Simples, as contas. À partida para a última jornada da zona sul, 2.ª divisão, só há dois candidatos à subida e jogam entre si, em Évora, no Estádio Sanches de Miranda. O Juventude está a dois pontos do Estoril, só a vitória lhe interessa. Já o Estoril joga para o empate.
O ambiente é de grandes jogos, bancadas lotadas e relvado impecável. A moldura humana atrás das balizas é de encher o coração, o povo alentejano adere à possível festa e o sonho ainda dura uns três minutos, cortesia golo inaugural de Coentro Faria aos 46 minutos. A bola vai ao meio e o Estoril ataca a baliza de Peres sem dó nem piedade.
Aos 49’, José Abrantes empata e volta a colocar o Estoril na 1.ª divisão de forma directa, sem passagem pela liguilha. O mesmo jogador assinaria o 2:1 final, a três minutos do fim, numa tarde infeliz do árbitro internacional Marques Pires, entrado para a segunda parte sem cartões no bolso.
O momento mais risível acontece a meio do tempo, quando mete as mãos ao bolso para admoestar Ricardo (Juventude) e nada feito. Acto contínuo, vai à linha e conversa com um dos fiscais-de-linha, Rui Santiago. O delegado ao jogo vai então ao balneário do árbitro e descobre os cartões. Quando os entrega a Marques Pires, o amarelo a Ricardo cai no esquecimento. Na verdade, o único amarelo da partida é para o estorilista Manaca. Seja como for, o Estoril de Celestino Ruas coroa-se campeão da 2.ª divisão, zona sul, e sobe de imediato à 1.ª. Já o Juventude de Dinis Vital vai à liguilha e é o último classificado de quatro candidatos, a seis pontos do líder Académico de Viseu.