Great Scott #988: Quem marca o golo do título alemão do Estugarda em 1992?
Buchwald
O Estugarda 1991-92 é daquelas equipas alemãs de sonho, de consumo imediato, de uma época só. O treinador é Christoph Daum, então com 38 anos de idade, e o plantel vive da inspiração de alguns internacionais como Immel (guarda-redes), Frontzek (defesa), Buchwald e Sammer (médios) mais Walter (mais que avançado, um goleador por direito próprio com 22 golos na 1.ª divisão e 31 nas três competições).
O início até nem é famoso, derrota no campo do Duisburgo por 1:0, e só acumula 20 pontos em 19 jornadas, até ao final da primeira volta. Daí em diante, sim, o Estugarda começa a dar que falar e assume a liderança isolada à 32.ª jornada. Uma semana depois, na visita a um Bayern caído em desgraça, a avaliar pelo 12.º lugar, o 1:0 de Effenberg devolve o Estugarda à dura realidade, atrás do Borussia.
Coincidência das coincidências, Estugarda vs. Borussia é o jogo grande da jornada seguinte. A expectativa é enorme, os 68 mil lugares lotam-se num instante. O dinamarquês Povlsen dá vantagem aos visitantes (14’). Segue-se a cambalhota no marcador antes do intervalo, por Helmer (própria baliza, 30’) e Walter (45’). Na segunda parte, Walter bisa aos 71’, Helmer acerta na baliza certa aos 84’ e Gaudino fixa o 4:2 em cima dos 90’.
Aproveita o Eintracht Frankfurt de Yeaboah e Möller para se chegar à frente com o 3:1 vs. Bayer em Leverkusen. As últimas quatro jornadas antevêem-se palpitantes. Assim é. A uma jornada do fim, Eintracht e Estugarda empatam em casa, vs. Werder Bremen (2:2) e Wattenscheid (1:1), enquanto o Borussia cumpre vs. Bayer (3:1). Todos os três candidatos acumulam 50 pontos, tudo se decide nos pormenores.
Em Rostock, o Eintracht descarrila com 2:1 aos 89’, por Böger. Detalhe, o Hansa é penúltimo classificado. Em Duisburgo, o Borussia ganha 1:0 por obra e graça do de sempre, Chapuisat. Resta o Estugarda, em Leverkusen, onde já fora eliminado da Taça da Alemanha, com um (auto)golo solitário de Buchwald. Pois bem, Buchwald volta a dar nas vistas.
Já lá vamos. Antes, aos 20’, penálti para o Bayer e 1:0 por Kree. Aos 43’, outro penálti e 1:1 por Walter. Na segunda parte, com a bola a queimar nos pés do Estugarda, o cabeça de fogo Sammer é expulso com vermelho directo aos 79’. Com menos um, o Estugarda arrisca tudo, acerta uma bola pelo suplente Sverrisson e chega à vitória por Buchwald aos 88’. O golo do título é um cruzamento da esquerda de Kogl, o tal do golo ao FC Porto na final de Viena, e o cabeceamento de Buchwald nas costas de Nehl.
Que sonho, o Estugarda campeão por 11 golos de diferença. Buchwald, já conhecido no futebol alemão como exemplar marcador de Maradona na final do Mundial-90, iria ser uma figura da Alemanha no Euro desse ano, na Suécia, pelo pior motivo: a sua lesão vs. Escócia é arrepiante. Do céu ao inferno em menos de um mês, pobre Guido.