Great Scott #1019: Último jogador do Vitória SC a marcar hat-trick e a perder?
Tito
A história do Vitória SC em hat-tricks na 1.ª divisão é generosa. Ao todo, 49. O rei é Paulinho Cascavel, com quatro – dois deles vs. Braga e outros dois vs. Marítimo.
O caso mais insólito de todos tem a ver com Tito, em Novembro 1971, vs. CUF. O Vitória SC visita a CUF e as duas equipas apresentam currículos bem distintos. O Vitória de Mário Wilson chega ao Barreiro com uma série de três derrotas seguidas e um desanimador 1:7 em golos. Já a CUF de Fernando Caiado acumula uma série de três vitórias seguidas mais um formidável 6:0 em golos.
Ao intervalo, 2:1. Abre o marcador um tal de Tito, bom de bola. A virada é consumada por Monteiro e Manuel Fernandes. Na segunda parte, Tito faz mais dois e completa o hat-trick para delírio dos vitorianos – o guarda-redes Conhé está atarantado com tanta eficácia. A CUF reage e empata aos 67 minutos, num cabeceamento do central Rodrigues à figura do guarda-redes Rodrigues. Os jornais falam em frango e peru. Que galo.
Nos últimos dois minutos, a CUF fixa o 5:3. Juvenal assina o sétimo da tarde numa jogada muito polémica. Fora de jogo, dizem os do Vitória. O treinador Wilson entra mesmo em campo para barafustar com o árbitro algarvio Rosa Nunes. A confusão dura quase uma eternidade.
A bola vai ao meio e reinicia-se o jogo ainda com Wilson em campo, a caminho do banco. Qual não é o espanto quando, de repente, Juvenal pica novamente o ponto. É o 5:3? Wilson não quer crer e protesta com mais veemência junto do árbitro. A bola vai novamente ao meio-campo, um jogador vimaranense dá um pontapé de raiva para a frente e Rosa Nunes apita aí para o final.
Sim, acaba 5:3. Pior ainda, Tito sai de cabeça baixa. Nunca um hat-trick vale tão pouco e é tão passado despercebido – três épocas depois, em Dezembro 1974, Tito colecciona outro hat-trick fora de Guimarães (5:2 em Faro, no Sâo Luís).