Great Scott #1067: Primeiro hat-trick internacional no Estádio dos Barreiros (Funchal)?

Humberto Coelho

A história do Estádio dos Barreiros é quase centenária, desde 1927. No início, é campo dos Barreiros. Depois, a partir de 1957 e até 1969, passa a Estádio dos Barreiros. Segue-se um parêntesis para homenagear o chefe de estado Marcelo Caetano por um só ano, em 1970.

A decisão do governo regional é tudo menos pacífica e a contestação dos adeptos de futebol sentem-se um pouco por toda a ilha, razão pela qual o próprio governo volta ao nome original dos Barreiros.

Há, mesmo assim, registos jornalísticos em que o nome Marcelo Caetano perdura para lá do tempo. Até 25 de Abril, pelo menos. É o caso flagrante de um particular entre Benfica e Portuguesa dos Desportos, a 9 Fevereiro 1974.

É só mais uma digressão do Benfica pela Madeira, com dois jogos programados. O primeiro é vs. Marítimo, no dia 6. Acaba 3:0 com golos de Nelinho e José Pedro (2). Três dias depois, os Barreiros enchem-se para ver um jogo internacional.

A presença da equipa paulista é a convite de emigrantes madeirenses em São Paulo e a opção Benfica é fácil de entender pela cor clubística desses mesmos emigrantes, e também pelo estatuto de tricampeão nacional em título.

O árbitro é José Fernandes Oliveira, madeirense de gema. O Benfica apresenta-se com Bento; Artur, Humberto, Barros e Adolfo; Toni, Vítor Martins e Simões (cap); Nelinho, José Pedro e Diamantino. A Portuguesa responde com Zecão; Arengue, Mendes, Calegari e Isidoro; Xará, Dicá, Basílio (cap) e António Carlos; Tatá e Eneas.

Ao intervalo, 3:1 com bis de Humberto Coelho de cabeça. José Pedro (1:0) e Eneas (2:1) também marcam. Na segunda parte, o hat-trick de Humberto Coelho é festejado aos 65 minutos, com o pé direito, em queda no coração da área e na sequência de um amortie de cabeça de Vítor Bsptista. O resultado final é 5:3, por obra de Simões (4:1), Eneas (4:2) e Tata (5:3), este de calcanhar.