O 27 a vermelho de Ayrton
É magia. Em pleno coração de São Paulo, redefinimos os sete pecados capitais. Nada de avareza, gula, inveja, ira, luxúria, orgulho e preguiça, o nosso “negócio” é arroz, carne, laranja, torresmos, couve-mineira, farofa e caipirinha de maracujá. Qual é a coisa, qual é ela… Deixemo-nos de charadas, é feijoada. Que coisa boa. E agora, depois dos sete pecados?
Uma visita ao Instituto Ayrton Senna. O edifício é imponente, daquelas a ocupar um quarteirão inteiro. A recepção é um mundo muito próprio, cheio de telefonistas atrás do balcão e homens fardados à espera de perguntas dos (ilustres) visitantes. Passo por eles sem dar cavaco e sou interceptado à porta do elevador. Entra em acção o modelo de Lasswell do quem, onde, quando, porquê, como. Preenchido o questionário, entro no elevador e o porteiro carrega no 15.º andar. Vejo então esquerda e direita. Lanço a dúvida no fecho das portas e ouço um ‘você vai perceber’.
À saída do elevador, nem viro a cabeça para a esquerda. À minha direita, o cenário impõe respeito. É um Fórmula 1. Ou melhor, um McLaren com o número 27 a vermelho. É-me impossível entrar no Instituto Ayrton Senna sem respirar fundo nem medir com os olhos aquele monumento e aproximarmo-nos timidamente. À nossa direita, duas recepcionistas. À esquerda, dois homens sentados em bancos de pele. Todos sombras, para já. O carro ocupa-nos a visão, é de uma beleza indescritível. O que é isto? Nunca tínhamos visto um F1 tão de perto, ali à mão de semear, separado apenas por um vidro. Os dois homens apresentam-se então como assessores do instituto e contam-me o porquê daquele 27.
Em 1990, antes do GP Monza, casa da Ferrari, o piloto brasileiro faz uma aposta com o chefe da equipa: se ganhar, o carro é dele, do Ayrton. A senna que se segue é ‘só’ pole position + melhor volta + vitória (líder da primeira à última volta). No final da época, que o consagra como bicampeão mundial, o McLaren chega-lhe às mãos e vira peça de museu à entrada do instituto.
Amaral
SIMPLY THE BEST!!!!!