Great Scott #266: Qual o jogo mais épico do Manchester em 1999?

Great Scott Mais 04/13/2021
Tovar FC

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Great Scott #266: Qual o jogo mais épico do Manchester em 1999?

City-Gillingham

É um conto de fadas, o United 1998-99. Ganha o campeonato mais Taça de Inglaterra mais Liga dos Campeões. A consagração europeia é um momento irrepetível na vida deles (mancunianos) e nossa (comum dos mortais). A fase de grupos inclui Bayern, Barcelona e Bröndby. Dos sets jogos, o United ganha dois e empata quatro, dois deles acabam 3:3 vs Barcelona. Quer dizer, what are the odds? Na fase a eliminar, dois clubes italianos vão à vida. Primeiro o Inter, depois a Juventus, em pleno Delle Alpi (3:2). É o jogo em que Keane vê o amarelo e falha automaticamente a final. Sem o capitão, o United vai a jogo com o Bayern, com a qual empatara na fase de grupos, 1:1 tanto em Old Trafford como no Olímpico. Again, what are the odds?

Na final, em Camp Nou (Barcelona), o Bayern controla e domina. O United está manietado. Completamente. Basler marca o 1:0 de livre (Schmeichel posicionado atrás da barreira, arghhhh) e Jancker mais Scholes acertam a bola na barra. É o sufoco. Nos descontos, em 101 segundos (provavelmente os mais loucos 101 segundos de uma final europeia), os dois suplentes Sheringham e Solskjaer selam a improvável cambalhota no marcador. De repente, o Bayern vê-se vergado ao peso da derrota. Talvez a mais cruel de sempre. Matthäus, entretanto substituído, nem quer acreditar. A sua cara é um poema, na linha de fundo. Ele que também perdera a Taça dos Campeões 1987 vs FC Porto da mesma maneira, de virada e com dois golos de rajada, cortesia Madjer e Juary.

Passam-se três dias. Os adeptos do United continuam nas nuvens. Obviamente. E os City? Boa pregunta. Esses jogam o play-off de acesso à 2.ª divisão. Whaaaaaaat? Nem mais, o City está no terceiro escalão do futebol pela primeira (e única) vez. O campeonato das 46 jornadas corre-lhe bem e acaba atrás de Fulham (campeão) e Walsall (outro promovido directamente à 2.ª). O terceiro lugar dá acesso ao play-off. Joga com o 6.º (Wigan). Fora, 1:1. Em casa, 1:0. A final é vs Gillingham, em Wembley, no dia 30 Maio 1999.

A assistência é impressionante, qualquer coisa como 76.935 espectadores. O jogo em si é pobre na primeira parte. E também na segunda. Aos 82’, golo do Gillingham, 0:1. Aos 87’, outro. É o 0:2. Game over para o City, está mais que visto. Ou…? Horlock reduz aos 90’ e Dickov faz o 2:2 aos 90’+7 (noventa e seis minutos, nove segundos). É o golo mais tardio de sempre no velho Wembley. Coincidência fascinante, o guarda-redes do Gillingham, um tal Bartram, é padrinho de casamento de Dickov.

Uauuuuuu. Curiosidade extra, Bartram defende o penálti de Dickov nos descontos. Calma, calma, calma, travão aí. Penáltis? Ah pois é, adiantámo-nos. O jogo acaba 2:2 e há prolongamento. Nada de nada, continua 2:2. Vamos para o desempate dos 11 metros. Começa o City, por Horlock, 1:0. Segue-se Smith. Erro. Dickov, erro. Pennock, erro. Cooke, 2:0. Hodge, 2:1. Edghill, 3:1. Butters, é o tudo ou nada. Defende Weaver, que batera o recorde de clean sheets do City nessa época (26).

Dickov e Weaver ou Sheringham e Solskjaer? Come on.

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