Eusébio, golo de livre directo na final e campeão da NASL 1976

Kali Ma Mais 01/25/2022
Tovar FC

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Eusébio, golo de livre directo na final e campeão da NASL 1976

Bilecki, Blaskovic, Fazlic, Cukon, Lukacevic, Grnja, Juricko, Sutevski. A Jugoslávia em peso está lá, ou não se chamasse a equipa Toronto Metros-Croatia. Pelo meio, um brasileiro bom de bola mas desconhecido (Ivair Ferreira), um italiano sem expressão internacional e sem jeito (Marcantonio) e um génio mundialmente famoso (Eusébio).

Juntos – os “ic” e o sotaque português, o italiano não conta porque é, ao que tudo indica, mesmo mau – sagram-se campeões da NASL, a primeira liga oficial dos EUA. É a 28 Agosto 1976. Eusébio, já com 34 anos, é o número 10 dos Toronto, uma equipa mal vista na organização da NASL, porque a sede é no Canadá, onde os jogos são acompanhados por escassos seis mil adeptos e apoiada na comunidade jugoslava. Muito étnica, portanto. Tanto assim é que o comentador televisivo Jon Miller é aconselhado pela própria NASL a não dizer Metros-Croatia. A NASL prefere o glamour de Nova Iorque (Pelé e Chinaglia), Los Angeles (George Best), San Antonio (Bobby Moore) ou Seattle (Geoff Hurst), que arrastam multidões, dentro e fora do estádio.

Em Toronto, Eusébio está longe dos holofotes da fama, o que lhe permite descanso para se sagrar campeão da NASL, contra todas as expectativas. Na final do Super Bowl em Seattle, os Toronto vencem os Minnesota Kicks por inequívocos 3-0, com Eusébio a marcar o primeiro golo aos 41 minutos e 28 segundos (americanices), na transformação de um livre directo. Daqueles que só ele: potente remate a contornar a barreira e a queimar as mãos do guarda-redes Geoff Barnett, sem reflexos nem força para evitar o inevitável.

“Boas recordações. Aquela equipa parecia as páginas amarelas de Zagrebe”, brinca Eusébio, autor de 16 golos e quatro assistências em 21 jogos. “A nossa equipa era como um patinho feio, fora da esfera dos EUA, mas ganhámos de forma convincente. Foi tudo muito bonito, mas foi incrível como nos esquecemos das garrafas de champanhe em casa. Brindámos com outra bebida”, conta o herói, levado em ombros pelos companheiros no final do jogo.

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