Great Scott #554: Primeira equipa portuguesa a jogar com números nas camisolas?
Oriental
É um fim-de-semana especial, o primeiro da época futebolística 1946-47. Como ainda é hábito, abre-se como o campeonato regional de Lisboa. É, aliás, a última edição. A partir do ano seguinte, só valem competições nacionais no circuito da federação portuguesa. Estamos a 15 Setembro 1946.
Na Tapadinha, o Sporting estreia o guarda-redes Reis mais o extremo Travassos, ambos contratados à CUF Lisboa. O primeiro golo da tarde é do guarda-redes Correia, na própria baliza, após remate veloz e furioso de Peyroteo. Acredite, o Atlético marca quatro golos seguidos até ao intervalo por Óscar, Manuel da Costa, Armindo e Armindo. Isso mesmo, 4:1. No reinício, o Sporting puxa dos galões e dá a volta por Barrosa, António Marques, Peyroteo e Jesus Correia – pelo meio, Barrosa falha penálti. Acaba 4:5.
À mesma hora, no Campo do Lumiar, o Benfica dá 7:3 vs CUF Lisboa com hat-trick de Rogério Pipi e bis do estreante Corona. À mesma hora, parte ii, nas Salésias, o Belenenses é anfitrião do Oriental. Pormenor do arco da velha: o Belenenses apresenta um onze sem caras novas em relação à época anterior e o Oriental joga com onze reforços (evidente, o Oriental nasce no mês anterior, a 8 Agosto). Dos onze, seis do Fósforos, três do Marvilense e dois do Chelas.
Como se isso fosse pouco, o Oriental entra em campo e causa sensação com as camisolas à inglesa. É dizer, com números. De 1 a 11. É a primeira vez de sempre em Portugal. Nunca visto, infinitas vezes repetido. E o primeiro golo de um número é o 5, de França. É o momentâneo 1:1, num pontapé de ressaca na sequência de um canto, aos 77 minutos. O dérbi termina com vitória azul, 2:1 de Armando.