Great Scott #622: Único jogador-treinador a defender um penálti na Taça dos Campeões?
Jeff Wood
A primeira grande façanha europeia do FC Porto é a conquista da Taça dos Campeões, em 1987. Para chegar à final em Viena, há quatro adversários pelo caminho. O primeiro de todos é o Rabat Ajax, campeão de Malta.
Na primeira mão, 9:0. Nem mais, nove-secos. Ali em Vila do Conde, nos Arcos, porque as Antas continuam em obras para baixar o relvado e tornar o ambiente ainda mais festivo. Gomes é o rei do golo durante a tarde, com quatro golos. Os outros cinco repartem-se por André (bis de penálti), Elói, Celso e Madjer (saído do banco aos 17 minutos para o lugar de Bandeirinha, quando ainda há 0:0 e Artur Jorge apercebe-se da fragilidade flagrante do Rabat.
Quem é o guarda-redes do Rabat? Um inglês chamado Jeffrey Wood com oito épocas nos escalões secundários ingleses, sete das quais no Charlton. É ele um dos dois profissionais do Rabat – o outro é o avançado Mark Miller, também inglês. E é ele, Wood, quem substitui o treinador a meio da eliminatória.
Quinze dias depois, aquando da visita do FC Porto a Malta, dá-se a curiosa situação de um guarda-redes-treinador. Escolhe-se a si mesmo como titular e, para espanto geral, faz uma exibição de sonho a adiar o 1:0. Gomes, Juary e Paulo Ricardo, todos eles tentam a festa do golo.
Em vão, Wood resiste-lhes a torto e a direito. Até defende um penálti de André, aos 31 minutos, na sequência de uma falta de Azzopardi sobre Quim. Por essa altura, já Artur Jorge repetira a situação madrugadora da primeira mão, com a saída de Bandeirinha aos 13 minutos – entra Juary, desta vez.
O golo do FC Porto só aparece aos 70 minutos, por um outro suplente (Sousa). O resultado final da eliminatória é 10:0. Wood encaixa os dez golos e vira herói por evitar o dobro.
