Great Scott #660: Único guarda-redes a estrear-se por uma selecção como jogador de campo?

Great Scott Mais 11/04/2022
Tovar FC

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Great Scott #660: Único guarda-redes a estrear-se por uma selecção como jogador de campo?

Molina

Só visto. Contado nem se acredita. É a melhor história da selecção espanhola. Caramba, é a melhor história de todas as selecções do planeta e arredores. A mais inesperada, vá.

José Francisco Molina é um guarda-redes formado no Valencia, sem espaço no clube da terra-natal. Vai daí, salta de empréstimo em empréstimo entre Alzira e Villarreal. Em 1994, o seu passe é vendido ao Albacete e Molina estreia-se finalmente na 1.ª divisão espanhola, lançado por Benito Floro. A época de estreia corre-lhe francamente mal e os oito golos sofridos em oito remates do Deportivo num 2:8 em Albacete é prova mais que evidente do descalabro.

O Atlético Madrid de Gil y Gil vê ali qualquer coisa, até porque Molina sempre se diz adepto do Atleti, e contrata-o no Verão 1995. A química é perfeita, Molina entra de caras no onze de Radomir Antic, juntamente com Pantic, Kiko, Simeone, Penev, Caminero, Vizcaíno, entre outros. O Atlético é campeão espanhol e também levanta a Taça do Rei (1:0 vs. Barcelona). Dobradinha, olé.

No caminho dessa campanha gloriosa, Molina é chamado à selecção espanhola por Javier Clemente para um particular vs. Noruega, em Oslo, no dia 24 Abril. Quatro dias antes, Molina é essencial no 3:1 vs. Barcelona em Camp Nou. Na capital norueguesa, Molina é banco. O titular é Zuzarreta.

Aos 76 minutos, o defesa Juanma López lesiona-se com gravidade num lance aéreo e até sai de maca. Já sem jogadores de campo, Clemente pergunta a Molina e este responde à espanhola: ‘encantado’. Pois bem, veste o número 13 e entra como interior-esquerdo. Mexe-se com critério, toca bem a bola e até faz um remate perigoso, de primeira, com o pé direito, à entrada da área. A bola sai ligeiramente ao lado do poste mais longínquo de Grodas. Diz Hierro: ‘Se marcasse, levávamo-lo em ombros’.

Só se estreia à baliza em 1998, com José Antonio Camacho a seleccionador. E diz adeus à selecção em pleno Euro-2000, precisamente vs. Noruega, por culpa de um erro na saída dos postes no golo solitário de Iversen.

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