Great Scott #703: Único guarda-redes português como capitão numa final europeia de clubes?
Silvino
No regresso do treinador sueco Sven-Goran Eriksson, o Benfica 1989-90 apresenta-se como candidato à conquista da Taça dos Campeões. Nos primeiros seis jogos, seis vitórias.
Derry City (6:1 no conjunto das duas mãos), Honved (9:0) e Dniepr (4:0) afastados sem apelo nem agravo. No sorteio da ½ final, é o agora escolha entre Marselha, Milan e Real Madrid. Quarteto latino de luxo. Sai o Marselha e o Benfica perde pela primeira vez.
O 2:1 em França é até lisonjeiro, tal a produtividade ofensiva do Marselha com 7 Deschamps 8 Tigana 9 Papin 10 Francescoli 11 Waddle. É se sonho. O Benfica defende-se como pode e aguenta a desvantagem mínima, sobretudo Silvino a ver oito remates à baliza. Daí a 15 dias, na Luz, um golo do suplente Vata com a mão garante a sétima e última final da Taça dos Campeões na história do Benfica.
Viena, aí vamos nós. No passou-bem para o cara ou coroa, os capitães fazem-se apresentar. De um lado, Baresi. Do outro, Silvino. O guarda-redes é o homem da braçadeira na ausência de Veloso, suspenso por ter visto o segundo amarelo da competição na tal segunda mão da ½ final, vs. Marselha. E o primento, cadê? Na primeira mão.
Veloso é o capitão, como lateral-esquerdo. Aos quatro minutos, Francescoli livra-se da marcação de Thern e sofre um encosto maroto de Veloso. O árbitro nem pestaneja e toma lá um amarelo. Na segunda mão, o Benfica joga sem Ricardo, amarelado no último instante por entrada a rasgar sobre Francescoli, e com Samuel. Ao seu lado, Aldair. À direita, José Carlos. À esquerda, o capitão Veloso.
Aos 88 minutos, já depois do 1:0 de Vata, o Benfica recupera a bola e lança-se o contra-ataque por Valdo. O brasileiro encontra Vata solto na esquerda, só que Amoros rouba-lhe o esférico e lança Vercruysse pela direita, colado à linha lateral. O número 13 vê campo aberto à sua frente e mete o turbo. Veloso encosta o corpo e derruba-o sem contemplações. Amarelo sem hesitações. O Benfica joga a final sem o capitão de sempre. Silvino usa a braçadeira e sofre o solitário 1:0 de Rijkaard.
Capitães portugueses em finais europeias (a negrito, os vencedores)
1961 José Águas SLB
1962 José Águas SLB
1963 Coluna SLB
1964 Fernando Mendes SCP
1965 Coluna SLB
1968 Coluna SLB
1983 Humberto SLB
1984 Gomes FCP
1987 João Pinto FCP
1988 Shéu SLB
1990 Silvino SLB
2003 Jorge Costa FCP
2004 Jorge Costa FCP
2005 Pedro Barbosa SCP
2021 Bruno Fernandes United