Great Scott #712: Quem sofre o primeiro golo de ouro numa final de selecções?
Brassard
A UEFA evolui, a FIFA idem idem. O golo de ouro, ou morte subida, está no ar. O Euro sub21 em 1994 é a primeira competição a experimentar o método, por ocasião da final entre Itália e Portugal, em Montpellier.
A Itália, campeã em título, apresenta um onze com figuras do nosso contentamento, casos de Toldo, Panucci e Cannavaro. Já Portugal de Nelo Vingada entra em campo com Brassard; Nélson, Rui Bento, Jorge Costa e Paulo Torres; Figo, Rui Costa, Capucho e Abel Xavier; Toni e João Vieira Pinto. No banco, Costinha, Sá Pinto, Bino, João Oliveira Pinto e Tulipa.
Joga-se bem, claro. Há técnica, táctica e algumas oportunidades. A mais flagrante é um cabeceamento de Cannavaro, após cruzamento de Figo. Como assim? É isso mesmo, Figo cruza fora da área para o miolo e Cannavaro faz o salto de peixe para cortar o mal pela raiz. Por capricho, a bola rasa o poste esquerdo de Toldo e, claro, é canto.
No final, 0:0. Sempre 0:0. Prolongamento com aquela novidade do golo de ouro. Cesare Maldini, decano do futebol italiano, já fizera entrar Orlandini. O miúdo quer imitar Donadoni e cola-se à direita do ataque. Num dos lances ofensivos, o número 19 recebe a bola, ajeita-a e despede um remate com o pé esquerdo, ainda fora da área. Brassard nem a vê. Nem ele nem ninguém, é um golo do outro mundo.
A bola entra no canto e a Itália celebra o título de campeã europeia. Orlandini, esse, está nas nuvens. Aproveite, é o único momento de glória. Daí para a frente, Orlandini desaparece do mapa futebolístico, embora jogue por Inter (1994-95) e Milan (1999-2000). Feitas as contas, nunca é campeão italiano e é despromovido em três ocasiões, duas das quais pelo clube do coração e da formação (Atalanta).