Great Scott #722: Quem marca o primeiro golo de uma equipa portuguesa a jogar à porta fechada na UEFA?
Toñito
O sorteio dá Sporting e Partizan, tal como em 1955, por ocasião do primeiro jogo de sempre da Taça dos Campeões. Agora já estamos em 2002 e é Taça UEFA. Espante-se, estádio vazio. O Partizan é castigado e joga-se à porta fechada. As bancadas, despidas de interesse. O relvado, vestido de verde. A sua cor por natureza, sim senhor, e também a cor das camisolas do Sporting, a recuperar de um 1:3 na primeira mão, no José Alvalade.
Nesse dia 3, uma quinta-feira, o treinador romeno Laszlo Bölöni sacode a pressão com as estreias a titular de Carlos Martins e Cristiano Ronaldo. O onze é este aqui ó: Nélson; Quiroga, Beto, Contreras e Tello; Rui Bento e Carlos Martins; Toñito, Quaresma e Ronaldo; Kutuzov. Aos dois minutos, primeira contrariedade com a lesão de Rui Bento. Entra outro Bento, o Paulo.
Aos 13’, o primeiro golo da noite pertence a Toñito numa jogada iniciada por Quaresma, a tabelar com Kutuzov. A defesa do Partizan afasta e Carlos Martins isola Toñito. A recepção é assim-assim, a conclusão é divinal: chapéu de aba curta à saída do guarda-redes. Há esperança, e o Sporting é um rolo compressor a atacar. Ronaldo falha o 0:2 de cabeça, após cruzamento de Tello, aos 18’. Até ao intervalo, pouco há a acrescentar.
Na segunda parte, é um corrupio. Aos 48’, Trobok acerta no poste. Aos 51’, um cabeceamento de Quiroga é salvo em cima da linha de golo. Aos 54’, é o golo de Kutuzov. A jogada começa em Contreras no meio-campo do Partizan. O seu passe para a esquerda apanha Ronaldo bem solto. O miúdo vai contra dois sérvios e cruza com precisão para o salto do bielorrusso. A bola embate no poste, o guarda-redes mergulha sem explicação e a baliza está deserta para o encosto fácil de Kutuzov.
Aos 73’, acaba a Taça UEFA para Ronaldo – só voltaria em 2022, já sob a forma de Liga Europa, pelo United. Entra Niculae para o seu lugar. E, quatro minutos depois, Delibasic reduz para 1:2, de cabeça. Aos 81’, um amortie de Toñito permite ao central Contreras o empate na eliminatória e força o prolongamento. Ou não, ainda faltam uns quantos minutos. Precisamente no último, os suplentes Pedro Barbosa e Niculae fabricam uma vistosa jogada em que a bola do romeno faz tremer o poste esquerdo de Ilic.
No prolongamento, o 1:3 mantém-se durante 20 minutos. Depois, o Partizan chega ao empate na sequência de um canto (Zivkovic) e de um contra-ataque (Cakar). Antes do apito final, o Partizan vê-se reduzido a dez homens pela expulsão de Zivkovic numa dura entrada sobre Quaresma.