Great Scott #791: Único treinador português a ganhar a Taça Africana das Nações sub17?
Rui Vieira
O seu nome anda no futebol desde os anos 80, como defesa. Primeiro é do Vitória SC e joga ao lado de ilustres como Jesus, Costeado, Miguel, Bené, René, Nené, Cascavel, Roldão, N’Dinga e N’Kama. Depois é do Marítimo com Ewerton, Heitor, Edmilson e Jorge Andrade.
Abandona as chuteiras em 1994, com 32 anos de idade, e abraça a carreira de treinador. Onde? Marítimo, ora essa. Depois, Camacha. Só sai da ilha no bug do milénio (2000-01), para o Bragança. Em 2010, aventura-se para o Burquina Faso. É anunciado como treinador dos sub17 e dá-se bem, muito bem.
Nem um ano depois e já levanta a Taça Africana das Nações, no Ruanda. A campanha começa mal, com derrota vs. anfitriões por 2:1. Impõe-se uma recuperação para passar a fase de grupos e o Burquina acumula duas vitórias seguidas, vs. Senegal (3:2) e Egipto (4:0).
Na ½ final, o Congo dá luta (1:1) e é preciso o recurso ao desempate por penáltis. Acaba 4:2 e o Burquina avança para a decisão em Kigali. Por coincidência, o adversário é o mesmo da estreia, o Ruanda. Com o angolano Hélder Martins de Carvalho no apito, a final só tem golos na segunda parte.
Sana aproveita um passe desajeitado do capitão Usengimana para o guarda-redes e dá vantagem ao Burquina, aos 59’. O empate é de Tibingana, aos 67’ num extraordinário pontapé a 25 metros da baliza. Já com dez homens, por expulsão de Bassirou, o Burquina surpreende com o 2:1 de Kaboré.
É a primeira vitória de sempre do Burquina na CAN sub17, após as finais perdidas em 1999 (vs. Gana) e 2001 (vs. Nigéria), e implica o apuramento inédito para o Mundial da categoria, também em 2011, no México. No grupo E, a selecção africana não marca nem pontua. É um ver-se-te-avias entre Panamá (1:0), Alemanha (4:0) e Equador (3:0).
