Great Scott #810: Quem é contratado a fundo perdido por Berlusconi para o lugar de Gullit?
Hagi
É assim, nada a fazer. Quando um excêntrico é excêntrico e vice-versa, game over. Veja-se o flagrante caso de Silvio Berlusconi, então presidente do Milan.
O namoro com Gheorghe Hagi é antiquíssimo. Dele (Berlusconi) e de toda a Itália. Aliás, o grande Agnelli da Juventus avançara com uma proposta irrecusável ao Steaua: dêem-nos o Hagi e nós abrimos uma fábrica da Fiat em Bucareste a custo zero. Nada feito, Hagi é do Steaua e de mais ninguém.
Há ainda uma tentativa, também ela elaborada, do Panathinaikos. O seu presidente Georges Vardinoyanis contrata Hagi a troco de exportar o petróleo romeno além-fronteiras com a ajuda da sua frota marítima. Hagi, de origem grega, já está no avião a caminho de Atenas quando o negócio vai ao (m)ar.
E chegamos ao Berlusconi. O Milan joga, e bem. Estamos em 1989-90, o Milan é campeão europeu em título e arrisca o bi. Só que Gullit lesiona-se com alguma gravidade e o tempo de recuperação é uma incógnita. Silvio avança para Hagi e assina um pré-contrato com o número 10, devidamente consentido pelo Steaua. A fundo perdido, Berlusconi dá 200 mil dólares (qualquer coisa como 2,3 milhões de contos) mais toneladas de roupa e calçado desportivo. Ele há coisas.
Gullit recupera, e bem. Mais depressa que o normal e, claro, Berlusconi deixa de sonhar. Com o pré-contrato na mão, o presidente do Milan renegoceia Hagi para o seu amigo Ramón Mendoza, do Real Madrid. E assim, tchan tchan tchan tchaaaaaaan, Hagi aterra em Madrid no Verão 1990.