Great Scott #826: Primeiro piloto F1 a ver duas bandeiras pretas no mesmo GP?
Regazzoni
GP EUA, 1979. É a última corrida do ano, sem nada para acrescentar em relação ao título de campeão mundial, já atribuído a Niki Lauda em Itália. Diríamos, sem receios nem rodeios, é para desfrutar.
Lauda (Ferrari) crava o melhor tempo nos treinos em Walkins Glen e parte em primeiro, na pole position. E é ele quem lidera de fio a pavio, apertado pelo brasileiro Emerson Fittipaldi (McLaren), sobretudo nas primeiras 19 voltas. À vigésima, dá-se a bronca do dia. Até do ano. Regazzoni, também da Ferrari, é dobrado por Lauda e impede a passagem de Fittipaldi. Faz obstrução, vá. A atitude é condenável do ponto de vista ético, moral, desportivo, competitivo e por aí adiante.
Durante duas voltas, a bandeira azul é exibida ao piloto da Ferrari. Que a ignora, olimpicamente. Nesse período, claro está, Lauda estica a diferença sobre Fittipaldi. À terceira (volta) é de vez. Bandiera preta (desclassificação) e, aí, Regazzoni encosta às boxes. Nem sai do carro, os mecânicos da McLaren insurgem-se e Regazzoni volta à pista.
Mais umas voltas, mais uma bandeira preta. Quando volta às boxes, já está protegido pelos mecânicos da Ferrari. Um cordão humano em direcção ao camarim salva-o das injúrias físicas da McLarem. Na pista, Fittipaldi ainda tenta recuperar o tempo perdido. Em vão, acaba em segundo lugar, a quatro segundos de Lauda. É o primeiro título do austríaco, na sucessão do sul-africano Jochen Rindt.