Great Scott #898: Único jogador a marcar quarto golos para as vítimas do terramoto em Skopje?
Eusébio
O terramoto em Skopje é violento, 6.9 na escala Richter: mais de mil mortos, 120 mil desalojados a 26 Julho 1963. O futebol une-se para devolver vida àquela cidade jugoslava, agora Macedónia.
A FIFA organiza um jogo das estrelas entre a Jugoslávia e o Resto do Mundo, com três ilustres representantes portugueses entre José Augusto, Eusébio e Simões. Estamos em Setembro 1964, a Jugoslávia apresenta craques de nível internacional como Skoblar, Cop, Vasovic, Galic e Kostic, todos eles figuras na final do Euro-68.
Já o Resto do Mundo joga com Yashin; Lala, Schnellinger, Meszoly e Voronin; Pluskal e Masopust; José Augusto, Seeler, Eusébio e Simões. Chove muito em Belgrado e o Estádio Militar está lotado, com 20 mil pessoas, todas elas incrédulas com a exibição de Eusébio.
O jogo começa e a Jugoslávia sofre o primeiro golo aos 21 minutos, por Seeler, após jogada de Simões pela esquerda. Aos 23’, José Augusto combina com Eusébio e este é rasteirado na área. Penálti, transformado pelo próprio Eusébio. Aos 30’, Kostic reduz para 2:1. Antes do intervalo, aos 43’, Eusébio cabeceia para o 3:1.
Na segunda parte, mais chuva. E mais golos. O primeiro é de Eusébio, em jogada pessoal (51’). O segundo é de Galic (52’). O terceiro é de Eusébio, de penálti (54’). Está feito o póquer. Que tarde memorável, o público aplaude entusiasticamente. O espectáculo continua. Seeler faz o bis, 6:2. E é o português José Augusto quem fecha a torneira do golo com uma bola ao ângulo superior do suplente Skoric, aos 86 minutos.
Nos balneários, Seeler está de boca aberta. ‘Eusébio é um caso de excepção na Europa, como Pelé o é na América do Sul. Que tarde.’ Masopust alinha pelo mesmo discurso. ‘Eusébio será sempre a estrela mais cintilante de todos os jogos, oficiais ou não.’