Great Scott #1030: Último golo no clássico FC Porto vs. Benfica nas Antas?
Argel
Já se sabe, a organização do Euro-2004 muda a história do futebol português através dos estádios. Com apoios estatais e da UEFA, os clubes grandes modernizam-se e refazem as respectivas catedrais.
Acontece a todos, entre Benfica, FC Porto, Sporting, Braga e outros que tais – só o Vitória SC se mantém fiel ao seu Municipal D. Afonso Henriques sem mexer (quase) uma palha.
Como tal, os estádios construídos nos anos 50 são demolidos. Um deles é o das Antas, no Porto. A mudança de casa é inevitável e faz-se entre 2003 e 2004. Todo o cuidado é pouco, daí que se marquem jogos de despedida aqui e ali.
Antes desse dia marcante, em que os adeptos podem invadir o relvado e levar consigo pedaços de história, a vida prossegue normalmente e o FC Porto regista o último clássico vs. Benfica a um domingo, 21 Setembro 2003.
O FC Porto de Mourinho entra com Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa (cap), Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Maniche, Costinha, Ricardo Fernandes, Deco, Jankauskas e Derlei. O Benfica de Camacho responde com Moreira, Miguel, Argel, Luisão, Ricardo Rocha, Tiago, Petit, Zahovic (cap), Simão, Fehér e Sokota. No apito, Lucílio Baptista.
O arranque está marcado para as 1930 e, 90 minutos depois, o FC Porto festeja mais uma vitória sem espinhas. Acaba 2:0 e o melhor em campo é o guarda-redes benfiquista Moreira, curiosamente traído pelos dois companheiros da defesa nos lances do golo.
O primeiro é de Derlei, a aproveitar um macio amortie de Miguel com o peito. A bola fica a meio caminho e o brasileiro remata à saída de Moreira. O segundo é de Argel, na própria baliza, após canto de Ricardo Fernandes. O central salta mais alto que todos e envia a bola para o poste mais distante.
Até final, só mais uma incidência: a expulsão de Ricardo Rocha, aos 78 minutos. À saída do relvado, completamente indignado, o central português despe a camisola e atira-a na direcção de Lucílio Baptista. É o canto do cisne. Das Antas em matéria de clássicos vs. Benfica. Que venha o Dragão.
