Great Scott #1057: Único guarda-redes da selecção portuguesa a sofrer um golo com a mão?
Damas
A moda é quase tão antiga como o futebol. Falamos de golos com a mão. Há um histórico por toda a envolvência desportiva-política de então (Maradona 1986) e há um inesquecível por significar o apuramento para uma final da Taça dos Campeões (Vata 1990).
Antes, muito antes, Portugal sofre um golo com a mão à Maradona. Na baliza, Damas. É a qualificação para o Euro-72, no dia 13 Outubro 1971, uma quarta-feira. No reencontro com Mister Doc (Tom Docherty, ex-treinador do FC Porto), a selecção cruza-se com a Escócia em Hampden Park com o objectivo de pontuar.
Vale tudo para chegar ao último jogo com a missão de ganhar à Bélgica, sem ser por mais de um golo de diferença, e garantir o apuramento rumo ao Euro. Para variar, nada feito. Os escoceses, já sem qualquer hipótese de chegar ao primeiro lugar, atrapalham e de que maneira.
O’Hare engana Damas, de cabeça, 1:0 até ao intervalo. Na segunda parte, uma réstia de esperança num pontapé indefensável do central Rui Rodrigues, na transformação de um livre directo a castigar falta sobre Simões, então o capitão da selecção em vez de Eusébio, substituído por Artur Jorge ao intervalo devido a dupla lesão (micro rotura na coxa direita e contusão no tendão de Aquiles esquerdo).
O empate nem dura um minuto. A bola vai ao meio e Gemmill, famoso por ter sido campeão inglês por dois clubes avessos a títulos (Derby County 1972, Nottingham Forest 1978), desfaz a ilusão portuguesa. Com a mão. A imagem vale mais que mil palavras.