Great Scott #1084: Primeiro treinador português campeão mundial de clubes? (hóquei em patins)
Cristiano Pereira
Março 1992, Sertãozinho. Na capital brasileira do hóquei em patins, no Estado de São Paulo, o Óquei de Barcelos é a primeira equipa portuguesa a ganhar o Mundialito de clubes, sob a orientação do inimitável Cristiano Pereira.
O percurso do Óquei (e de Cristiano) é sensacional e nem tudo é rosas. Em 1989-90, o FC Porto é campeão europeu e português. O Óquei, segundo classificado da 1.ª divisão, aproveita a consagração internacional do tricampeão nacional e também entra na Taça dos Campeões 1990-91, com entrada na pré-eliminatória, vs. Waslum (duas goleadas imparáveis por 13:2 e 16:4).
Na ronda seguinte, o sorteio é caprichoso e junta Óquei ao FC Porto (4:4 e 5:4). Nas ½ finais, o Óquei marca 45 golos ao La Vendéenne (22:3 e 23:0) e arrepia caminho para a decisão. Aparece o Monza, de Itália. O Óquei encara o desafio e sagra-se campeão europeu pela primeira vez, após prolongamento, em Bruherio, casa do Monza.
A façanha permite-lhe a presença no Mundialito, com dois jogos no Sertãozinho. No primeiro, 2:1. No segundo, 7:3. No total, 9:4 para o Óquei. É uma proeza de indesmentível categoria. Cristiano Pereira está mais-que-radiante.
‘Cumprimos o nosso desejo e levamos para Portugal um título inédito. A minha equipa esteve bem, apesar do esforço das horas de avião, das horas no aeroporto, primeiro na Bélgica, depois no Brasil, e depois no rinque, com um calor insuportável de 37 graus.’
Mais à frente, Cristiano enaltece o valor do Sertãozinho. ‘Cinco jogadores [Caribe, Marcelo, Leopoldo, Vítor Silva e Flávio] integraram a equipa do Brasil, quarta classificada no último Mundial, no Porto. Não me surpreendeu a qualidade da equipa, surpreendeu-me, isso sim, o apoio do público. O pavilhão deles tem sete mil lugares e estava cheio nos dois dias.’
Para a história, a equipa do Óquei no jogo da consagração: Guilherme; Alfredo (1), Paulo Jorge (1), Pedro Alves (1) e Serginho (4). Jogam ainda Vítor Silva (guarda-redes), Pedro Teles, Maceda, Domingos Carvalho e Pires.