Great Scott #1092: Único seleccionador a ganhar três Europeus seguidos sub23?

Great Scott Mais 03/13/2025
Tovar FC

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Great Scott #1092: Único seleccionador a ganhar três Europeus seguidos sub23?

Cesare Maldini

A história futebolística de Itália tem muito que se lhe diga. Os dois últimos títulos mundiais surgem em anos complicadíssimos de gestão desportiva por entre apostas clandestinas, jogadores apanhados na curva e corrupção a infinitos à hora. Falamos, claro, de 1982 e 2006. Para trás, o bis da dupla Mussolini / Pozzo em 1934 e 1938.

Nas camadas jovens, a Itália também dá cartas. Ou melhor, Cesare Maldini. É ele o dono daquilo tudo. Há três Europeus sub21 entre 1988 e 1994, a Itália ganha-os. O primeiro de todos ainda nem é em campo neutro, as eliminatórias fazem-se a duas mãos, em casa e fora. A Itália inclui nomes como Antonioli e Peruzzi (guarda-redes), Favalli (defesa), Dino Baggio (médio) + Buso e Sordo (avançados).

Em Ferrara, perto de Bolonha, 2:0 por Buso e Sordo. Em Vaxjö, 1:0 por Simpson. A Itália levanta o caneco na Suécia. Pasme-se, o único deslize dessa campanha é na fase de grupos. E que deslize, 6:0 na Noruega. Estamos em Maio 1991, Maldini joga com Antonioli, Sottili, Verga, Favalli, Negro, Monza, Albertini, Baggio, Corini, Maniero e Orlando. A Noruega faz linha e bingo, com bis de Claus Eftevaag.

Na edição seguinte do Euro21, em 1992-94, a Itália de Cesare voa com Toldo, Cannavaro, Panucci, Vieiri, Inzaghi, entre outros. A fase de qualificação inclui Portugal no grupo. No dia 23 Fevereiro 1993, no 1.º Maio, golos de Jorge Costa e Toni garantem o 2:0 para delírio da massa associativa bracarense. No jogo de volta, para fechar contas, já em Novembro 1993, em Pádova, 2:1 para a Itália por Muzzi, Toni e Vieiri.

Para a história, a equipa de Portugal joga de 1 a 11 com Costinha, Nélson, Rui Bento, Artur Jorge (esse mesmo, o actual treinador do Braga), Paulo Torres, Rui Jorge (expulso, juntamente com Muzzi), Peixe, Abel Xavier, Toni, Figo e Capucho.

Na fase final, Itália e Portugal encontrar-se-iam na decisão em Montpellier, a 20 Abril 1994, cinco dias após a eliminação de França (desempate por penáltis, único a falhar é Makélélé) e Espanha (golos de Rui Costa e JVP). O nulo mantém-se até ao fim dos 90 minutos e é necessário recorrer ao prolongamento. A novidade é o golo de ouro.

E eis que o suplente Orlandini saca um pontapé do outro mundo para enganar Brassard e toda uma nação cheia de fé em repetir a festa do título mundial em 1991, com a tal geração de ouro. Puro engano, a geração de ouro tem nome próprio e chama-se Maldini, Cesare Maldini.

O homem mantém-se no cargo e é tricampeão em 1996. A qualificação é renhida com a Ucrânia, vale-lhe o 2:1 na penúltima jornada para assegurar a vantagem no confronto directo e, depois, o 0:0 vs. Lituânia para garantir a liderança isolada.

Na fase final, há ¼ final vs. Portugal. Na Luz, o 11 de Nelo Vingada tem cinco esquerdinos entre Rui Jorge, Afonso Martins, Dominguez, Dani e Porfírio. É este último quem faz o definitivo 1:0 e garante o apuramento para os Jogos Olímpicos 1996, em Atlanta.

Na segunda mão, daí a 15 dias, em Palermo, a Itália dá um passo em frente com golos de Vieri e Peixe (própria baliza). A fase final é em Barcelona, todos os quatro jogos em Montjuic. A Itália afasta, de novo, a França. Basta-lhe um golo de Totti. Na decisão, dia 31 Maio 1996, o mesmo Totti silencia a maioria dos 34 mil espectadores.

Raúl empata aos 34’ e devolve a esperança aos espanhóis, já viciados na vitória em pleno Montjuic pelo ouro olímpico em 1992. Acontece que a Itália de Cesare é uma equipa de virtudes. Zero defeitos. O onze é de homens de barba rija, como Panucci, Nesta, Cannavaro. O guarda-redes titular é Pagotto. O suplente é Buffon.

Eischhhhhh, dirá o leitor. Calma lá, Pagotto é o herói da noite. E porquê? Simples, defende os penáltis de De la Peña e Raúl. Do lado italiano, só falha Panucci. Quem marca o penálti decisivo é o suplente Morfeo. A Itália é tricampeã a jogar com nove por expulsões de Amoruso (36’) e Ametrano (105’). Mamma mia, coisa linda. Obrigado Cesare, mil obrigados Maldini.

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