Totobola – 3 de Setembro de 1987

Mais Play It Again Sam 03/09/2020
Tovar FC

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Totobola – 3 de Setembro de 1987

Aí está o que é, um Totobola extraordinário, o das competições europeias. Joga-se a primeira mão da primeira eliminatória das três provas, com seis equipas portuguesas, e é um fartar de vilanagem entre peripécias mil. A mais louca na Luz, a mais injusta em Barcelona e a mais curiosa em Alvalade, com Ivkovic na baliza do Tirol. Um ano depois, Tomislav assina pelo Sporting. “Do tempo do Marinho Peres, só depois veio o Bobby Robson. Ainda me lembro dele nos primeiros tempos do Sporting: maluco com o Amaral [extremo, produto da geração de ouro, campeão mundial em Riade-89]. Para o Robson, naqueles treinos de pré-época, era o Amaral e mais dez. E o miúdo era um fenómeno. Fazia coisas com a bola que mais ninguém fazia. Mas o Amaral rendia o quê nos jogos? Só 20 ou 30 por cento daquele potencial. Foi uma pena, mas aquilo era psicológico. Ele entrava em campo e a magia desaparecia. Outro que jogava muito era o Peixe, mas também não tinha cabeça para aquilo. Era bom miúdo e bom jogador mas, às vezes, dispersava-se. E nessa época 1992-93 chegou o Porfírio. Era o mais maluco de todos. Pedia-me para sair connosco, ao Kremlin. E não me largava. Quando o ouvia lá ao fundo a chamar-me repetidamente Ivo, já sabia que vinha aí malandrice.” É com este Totobola, só malandrices europeias.

FC PORTO-VARDAR SKOPJE 1

Na ressaca do brilhante título europeu, sai Artur Jorge e entra Tomislav Ivic. O génio continua lá e dá conta do recado ao campeão jugoslavo: Madjer abre (de cabeça) e fixa o marcador. Pelo meio, um livre folha seca de Sousa. No final, 3:0.

BENFICA-TIRANA 1

Uma aberração completa. O campeão albanês apresenta-se na Luz sem categoria nenhuma e acaba com seis jogadores de campo mais um guarda-redes improvisado. O 4:0 final é escasso para o Terceiro Anel. Nessa madrugada, o presidente João Santos reúne-se com os vices para estudar a melhor forma de dar a volta à crise de jogo-jogado. Pormenor: o Benfica chega à final dessa Taça dos Campeões, perdida para o PSV nos penáltis.

REAL MADRID-NÁPOLES 1

Por culpa dos incidentes na meia-final da época passada, entre Real Madrid e Bayern, a UEFA fecha as portas ao Bernabéu, que assim festeja o 100.º jogo europeu em casa sem ninguém nas bancadas. Dá para ouvir o cara ou coroa dos capitães Santillana e Maradona. Marcam Michel e Tendillo, 2:0 para o Real.

Saudades do keeper Garella

MALMÖ-ANDERLECHT 2

Se um inglês a treinar na Suécia já é um acontecimento, então se juntássemos a palavra seria Roy Hodgson no Malmö. Pentacampeão sueco, Roy dá o nome a uma das bancadas do estádio. O mesmo onde o Anderlecht ganha com um solitário golo de Vervoort.

SPORTING-TIROL 1

Ora marcas tu, ora marco eu: Sealy e Cascavel desafinam o canto tirolês e arrumam o assunto, ainda na 1.ª mão da primeira eliminatória da Taça das Taças. Na baliza dos austríacos, um tal Ivkovic (esse mesmo). No onze sportinguista, Burkinshaw estreia Rui Correia, Vítor Santos e Cadete.

Festival, festival, fes-ti-val

LOKOMOTIV LEIPZIG-MARSELHA X

Mais um jogo da Taça das Taças, este sem qualquer golo no Zentralstadion. É a primeira época do presidente Bernard Tapie à frente do Marselha e já se nota a mania das grandezas, com Papin e Allofs no ataque mais Bell à baliza

BARCELONA-BELENENSES 1

A crise do Barça é imensa e disso mesmo se dá conta os escassos 20 mil espectadores em Camp Nou. Aos 87 minutos, já quando os adeptos faziam esvoaçar lenços brancos pelo jogo sem alma nem glória, Moratalla faz o 1:0. Em cima dos 90′, Víctor amplia para 2:0.

TATABANYA-GUIMARÃES X

Jesus ajuda os húngaros a chegar ao 1:0, numa defesa incompleta para recarga vitoriosa de Plotar, só que falta o golpe de asa. Aos 70′, o treinador René Simões faz entrar Caio Júnior e é o brasileiro quem assina o empate, num lance de contra-ataque.

Escreva uma legenda? No can do, mafriend

U. CRAIOVA-CHAVES 1

Em estreia europeia, o Chaves silencia o Municipal de Craiova com uma vantagem de dois golos, alcançada por Gilberto e Vermelhinho. De repente, sem pré-aviso, os romenos agigantam-se e marcam três golos, por Ciurea (penálti), Vancea e Ghita.

GIJÓN-MILAN 1

Espante-se: a primeira época de Berlusconi/Sacchi cai aos pés do modestíssimo Sporting Gijón, que acumula três derrotas seguidas e 0:9 em golos antes de receber o Milan. Sem Baresi nem Maldini (e com Ancelotti, Donadoni, Van Basten mais Gullit), o golo solitário de Jaime apanha toda a Europa de surpresa.

GRASSHOPPER-DÍNAMO MOSCOVO 2

A superioridade do futebol russo é inquestionável, até em Zurique, onde o Grasshopper apanha uma lição das antigas. Um hat-trick de Borodiuk e um golo de Karataev acabam com a eliminatória: 4:0 fora é dose.

BRÖNDBY-IFK GOTEMBURGO 1

Vencedor da Taça UEFA na época anterior, o IFK é encostado às cordas a 230 km de casa, por um Bröndby cheio de artistas como Schmeichel, Olsen, Jensen, Brian Laudrup e Vilfort, quase metade da espinha dorsal da Dinamarca campeã europeia em 1992.

Vejam o 1:0, é um mimo

ISTAMBUL-INTER X

Para os mais desatentos, o Istambul é o Besiktas. Na capital turca, o Inter de Passarella, Scifo, Altobelli e Trapattoni sofre um sufoco daqueles e sai ileso: 0:0. Ao todo, três defesas miraculosas de Zenga e ainda dois falhanços inacreditáveis à boca da baliza.

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