You Talkin' To Me?

Celeste Rodrigues. “Só não gosto de hhdshafsllkdfjlsdgjlgsjaliogrkç. É rap, não gosto.”

03/09/2020
Tovar FC

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Celeste Rodrigues. “Só não gosto de hhdshafsllkdfjlsdgjlgsjaliogrkç. É rap, não gosto.”

Palpita-me. Palpita-me que isto vai ser do best. Palpita-me que vou fazer de Baptista Bastos uma e outra vez, com a rábula do “onde é que estavas?”. Onde é que estavas na Guerra civil espanhola? Onde é que estavas na 2.ª Guerra Mundial? Onde é que estavas no 25 de Abril? Onde é que estavas na viragem do século? Onde é que estavas no 11 de Setembro? Onde é que estavas a 19 Janeiro 2018? Essa é fácil, para mim. No Luso, em pleno Bairro Alto. Sentado numa mesa, perto do palco, uma senhora de 94 anos acomoda-me à minha esquerda. É ela, senhoras e senhores, Celeste Rodrigues. Que canta no Luso desde 1946. Sempre com um sorriso permanente e uma boa disposição contagiante.

Boa noite, dona Celeste. Está boa?

Boa, boa [e faz uma careta]. Tenho um problema na coluna e venho trabalhar à mesma.

Então?

Rachei uma vértebra, há 15 dias. E viajei assim, sem saber do problema, para Nova Iorque.

Como?

Deitadinha, em primeira classe.

Maravilha.

Quantas vezes? O bom de estar deitado é que não se sente tanta trepidação.

Quando é que viajou de avião pela primeira vez?

Em 1945, fiz-me logo internacional e fui para o Brasil. De hidroavião.

Uauuu.

Teve uma avaria no Dakar, quando ia a levantar voo.

Dakar?

A viagem era Lisboa-Dakar-São Paulo.

E essa avaria, que tal?

O piloto disse-nos que se a avaria tivesse sido um pouco mais lá no ar, o hidroavião partia-se tudo

Ummm, animador.

Ahahaha, tivemos quatro dias no Dakar, por causa da avaria. Ainda não tinha acabado a guerra. Aliás, a guerra acabou a meio de outra viagem de avião, do Rio para São Paulo. A hospedeira disse ‘acabou a guerra’ e nós, a minha irmã [Amália] e eu, estávamos tão enjoadas com alguma coisa que tínhamos comido no aeroporto, que nem reagimos. Ela ficou admirada, como quem diz ‘queres ver que estas não queriam o fim da guerra?’ Ahahahahah. Foi uma viagem francamente má, pralapralapralaprala [Celeste gesticula e fala uma língua impercetível], tantos poços de ar, tantos altos e baixos.

Mais vale ir de barco.

Também fui, sabe?

Quantas vezes?

Duas, uma de cá para lá [Brasil], outra de lá para cá. Viajei no Serpa Pinto, o bailarino.

Bailarino?

[Celeste mexe as mãos] Andava aos esses. Fui com o Gago Coutinho e até tenho uma fotografia de braço dado com ele.

O aviador?

Esse mesmo, claro. Há outro? Ahahahahah. Ele passava o tempo a ir ver-nos actuar, no Brasil.

Quanto tempo viveu lá?

A minha irmã e eu estivemos um ano. Primeiro com a opereta “Rosa Cantadeira” durante seis meses, depois com uma revista durante outros seis. Atuámos no Teatro República e tudo.

Porque é que voltaram para Portugal?

Ofereciam 200 contos à minha irmã e a mim 30. Só que nos dissemos-lhes que íamos primeiro a Portugal para pensar e depois dizíamos-

E?

Nem ela nem eu dissemos mais nada, ahahah. Queríamos voltar a Portugal, já estávamos cheias de saudades. Bastava-nos abrir as janelas e ver o mar no Rio para sonhar com o cheiro a bacalhau. E nós as duas nem gostávamos assim muito de bacalhau.

Como era o Rio?

Copacabana, Leblon e Ipanema não tinham arranha-céus, só vivendas. Parecia um presépio com aqueles morros no meio do mar. Voltei lá cinco anos depois e já estava cheio de arranha-céus. Estragaram tudo. Um pouco à imagem de Santos, em São Paulo. Quando fui lá pela primeira vez, em 1945, era um estância balnear com uma só rua ao longo da praia toda. Pouco tempo depois, já estava uma cidaaaaade enorme. Como é que se constrói tão rapidamente?

E era perigoso, o Rio?

Calmo, andei por todo o lado a pé. Quer dizer, havia malandrice, claro. Às vezes, um policia qualquer mandava-nos parar e sabíamos que tínhamos de abrir a carteira para ele tirar um dinheiro antes de nos deixar passar. Conheço mais o Brasil que muitos brasileiros.

Rio, São Paulo.

Belo Horizonte, Belém do Pará, Manaus, Jacarepaguá, Recife, Salvador, Brasília, Búzios, Nova Iguaçu, Campinas. Andei por todo o lado.

E Lisboa, que tal?

Gosto de Lisboa de todas as maneiras, sou uma pedra de Lisboa. Sem Lisboa, não sou nada. Quando tinha carro, andava por Lisboa a ver casas.

Onde?

Alfama, Campo Santana, onde vivo, Avenida da Liberdade. Na Avenida da Liberdade, havia coisas liiiiindas. Agora já não há muito. Há uma casa ou outra. Olhe, há uma em Alfama que é divinal. Quem vai para o museu do fado, está a ver? Há um ali um chafariz. Se olhar para cima, vê-se aquela casa linda. Eu gostava de morar em frente, só para a contemplar o dia todo. E há outra casa linda na Rua de São Lázaro, uma verdadeira joia. E está em ruínas.

[um senhor espectador intromete-se na conversa e pergunta-lhe pela vértebra]

Tenho de conviver com esta racha por dois meses. E, se isto partir, não ando mais. Veja lá o que me disse o médico, ahahahah.

Bolas.

Sou positiva. Uma vez, parti um braço na Bélgica e fui cantar nesse mesmo dia.

Partiu um braço, como?

Parti em quatro sítios, por causa de um degrau no McDonald’s.

No Mac? Ahahahah

Um degrau pequenino. O guitarrista, que não falava francês, chegou tarde à Bélgica e queria comer alguma coisa antes do espectáculo. Então, eu e o meu neto levámo-lo ao Mac. Meti mal o pé e caí de ombro. O médico queria operar-me, só que eu não quis.

Pelo espetáculo dessa noite?

Exacto. O médico não acreditava que eu ia cantar, mas a verdade é que fui. Com o braço encostado ao peito. E ovacionaram-me. O diretor do teatro estava admirado porque há pessoas que cancelam espetáculos por constipações. Outra vez, parti a clavícula e fiquei duas horas à espera de ligar ao médico.

Porquê?

Eram só cinco da manhã, esperei pelas sete. Sabe, vejo um mundo cheio de cores, que é muito mais bonito.

A teoria dos três éfes Fátima, Fado e Futebol existe desde sempre? [cabe aqui abrir um parêntesis para esclarecer que Celeste ouve assim-assim]

Não acredito em política, sou monárquica.

A sério? [cabe aqui abrir um parêntesis para dizer que estou com uma otite no ouvido direito e deixo-me levar por pessoas que ouvem assim-assim]

Por causa da família. Sempre tivemos retratos da família real lá em casa. E achava graça à vida dos reis e das rainhas, naqueles palácios lindos. É mais poético.

Conheceu algum rei?

Nenhuuuuum, sou velha mas não sou do tempo dos mouros.

Ahahahah. Rei estrangeiro, quis dizer.

Ahhhhhh. Conheci três reis, além do D. Duarte Nuno. Conheci o Juan Carlos de Espanha, que ia ver-me ao Embuçado, o da Holanda e o de Itália.

Uau.

O de Itália até tem uma história engraçada. Vi-o a passear na praia, acho que era do Guicho, e meti-me dentro de água. Ele apanhou-me e perguntou-me ‘então não me fala?’.

E a Celeste?

‘Então, não sei como é que o hei-de tratar’.

E ele?

Trate-me por Humberto, é o meu nome. Era o Humberto, rei de Itália. Já viu bem esta Lisboa? Tudo o que é bonito foi feito no tempo dos reis e nada na República.

E desporto, é adepta de quê?

Natação, boxe.

Boxe?

Então, tive um irmão campeão de boxe.

Quem?

Filipe Rebordão. Vi tantos combates que nem imagina. Aquilo enchia o Coliseu, depois perdeu-se a moda. Talvez fossem murros a mais, ahahahah.

Um deporto lindo é o hóquei em patins. Sempre é mais fácil que entender que o futebol.

Por falar em entender, a Celeste entende e fala muitas línguas

Devíamos falar só uma língua, sem fronteiras. Era bom ou não?

Seguramente.

[vai começar uma sessão de fados e Celeste ouve atentamente]

Gostou muito, percebi pela sua cara.

A Noite do Meu Bem é uma maravilha. É um poema de Dolores Durão, só uma mulher é que podia fazer uma coisa destas.

[uma senhora inglesa intromete-se na conversa e beija a mão de Celeste]

[um casal espanhol acena-lhe e despeja infinitos “muchas gracías”]

Estávamos a falar de línguas. A primeira que aprendi foi o alemão e, às tantas, já sabia manter uma conversa.

Com quem é que falava?

Com um amigo do meu pai, que falava inglês, francês, alemão, italiano, russo. Ensinou-me uma cantiga em italiano.

Qual?

Su, compagni in forti schiere,

marciam verso l’avvenire.

Siam falangi audaci e fiere,

pronte a osare, pronte a ardire.

Trionfi alfine l’ideale

per cui tanto combattemmo:

fratellanza nazionale

d’italiana civiltà.

Giovinezza, giovinezza,

Tinha uns 9 anos e andava a cantar toda contente, sabia lá que era o hino do fascismo. [Celeste muda de assunto e pede o jantar: tartelete de legumes] Tenho má boca, a minha mãe dizia-me que tinha boca de rica.

Gosta de quê?

De todas as sopas, açorda, jardineira, feijoada. Sou muito refinéee. O prato da minha juventude era sopa. Como primeiro prato. E segundo, também.

A sério?

Apanhei duas guerras, a de Espanha e a Mundial. Na de Espanha, não havia nada para comer aqui em Portugal, era preciso ir para a fila com senhas. Um quilo de pão para cada família, era comida racionada.

Durante quanto tempo?

Toda a guerra. Sopinha e míscaros.

Miscaros?

Ai você não sabe o que é? Cogumelos grandes, de campo.

Havia espaço para alegria?

Não havia televisão nem rádio. Ou melhor, não tínhamos rádio. Então, a minha mãe cantava para nós e o meu pai tocava guitarra. Foi uma infância maravilhosa, com amor entre todos os cinco irmãos e os pais. Agora, só resto eu. Já estou como aquela música: ‘só falto eu’. Ahahahah. É bom ter uma família grande, é bom ter irmãos. Se aceita conselhos, nunca tenha só um filho.

Conselho aceite.

Sabe que as dificuldades alargam os nossos sonhos. Em tempos mais difíceis, as pessoas têm mais filhos

Qual era o seu sonho?

Ser aviadora. Queria ser tudo o que via nos filmes. Houve uma altura em que queria ser freira, porque vi um filme com uma freira. Quando somos miúdos, queremos tudo. Também quis ser bailarina. Mas queria ser aviadora, porque queria ser livre lá em cima. Na primeira viagem de avião, olhava para as nuvens e aquilo parecia algodão. Dava vontade de cair em cima delas. O céu é uma coisa extraordinária.

[uma dupla de brasileiros gaúchos aproxima-se da mesa, lança uns piropos e fala-se de Maysa Matarazzo com muita paixão]

[às tantas, Celeste arranca umas gargalhadas valentes com um ‘divirtam-se tanto em Lisboa como eu me diverti no Brasil’ e pede uma Coca-Cola]

A Celeste bebe Coca-Cola desde quando?

A primeira que bebi foi em 1950.

Onde?

Em África, na ilha de Moçambique. Ganhei 5 contos por cantar a música do Pinguim na versão Coca-Cola.

Brasil, África. E os EUA?

Fui lá há 50 anos

De férias?

Férias? Tinha lá dinheiro para ir de férias. Quanto muito, férias era para ir a algum lado de autocarro. De avião, era impossível. Só viajava para esses países por trabalho. Numa fase mais adiantada da minha vida, comecei a ir aos EUA para visitar a minha filha mais velha, que foi cônsul e chanceler em Washington. Ai que cidade linda, cheia de vivendas. Como Boston. Quer dizer, há arranha-céus na downtown mas o resto é vivendas. E bonitas. Há com cada palácio. Nesse aspeto, é mais bonito que Los Angeles ou Nova Iorque. Agora, Nova Iorque é única, tem personalidade. Tudo o que veio depois é para imitar Nova Iorque, como o Rio de Janeiro.

Tem uma luz própria.

Nova Iorque tem qualquer coisa de diferente. A Broadway é uma zona belíssima e o Central Park é lindíssimo, imponente. Agora, com a Madonna, fiquei num hotel perto do Central Park e aquilo é de perder de vista. Ainda me lembro bem do 11 de Setembro.

Estava lá?

Estava em Arlington, a um quilómetro de onde caiu o terceiro avião. Nem imagina, as casas estremeceram todas, parecia uma bomba. As pessoas saíram à rua para ver o que se passava. Quando o primeiro avião bateu na torre, a minha filha ligou-me a pedir para ver pela televisão. Liguei e vi o segundo avião a embater. De repente, o terceiro ali ao pé de mim. Foi pavoroso, esse dia e todos os outros. Só dava isso. É o que eu digo, política e religião. Duas formas de negócios que não partilho nenhuma admiração. Se as pessoas pensassem bem que não é preciso muita coisa para se ser feliz.

[começa outra sessão de fados, agora Celeste é espectadora e aplaude o artista]

Que personagem, este senhor.

Você canta?

Claro. Desafinado.

Ahahahahahahah. Vá ali cantar.

Olhe que não.

Cantar é bom, é um tubo de escape.

Eu ouvia o meu pai a cantar a Menina das Traças Pretas

Ah, é do Vicente da Câmara. Todos os portugueses gostam de cantar, menos aqueles que cantam mal. Ahahah. O Varela Silva, meu marido, tinha uma voz cheia. Para cantar, nem pensar.

E os três tenores, por exemplo, têm fado na sua voz?

Talvez o único fosse aquele [pausa], o Placido Domingo. O problema é que eles aprendem a cantar e é tudo colocado. Uma vez, um senhor da ópera disse-me ‘Celeste, tu cantas, nós atiramos sons’. Sei lá como se coloca a voz. Nem quero; tira autenticidade, fica postiço. O fado tem de ser espontâneo. É muito misterioso e complicado, temos é de o sentir.

De que tipo era a sua relação com a Amália?

De proximidade. Andávamos sempre juntas, desde os meus cinco anos. As melhores férias da minha vida foram com ela, na costa vicentina. Eu já era mãe, pelo menos da minha primeira filha. Acampámos uns dias e foi divertidíssimo. Também era uma relação de intimidade. Até desenvolvemos uma língua própria [Celeste começa a falar sem se perceber nem uma sílaba]

Alguma vez lhe puxou o cabelo ou…?

Ahahahahah. Só os mais velhos é que podiam castigar os mais novo e ela era três anos mais velha que eu. Só huve um momento em que ficámos amuadas por breves momentos.

Quando?

Foi a jogar às cinco pedrinhas. Era um jogo em que atirávamos cinco pedras ao ar e tínhamos de agarrá-las. Uma vez, com eu a ganhar, ela interrompeu o jogo a meio e disse ‘ah, não quero jogar mais’. Fiquei zangada, ela empurrou-me, eu empurrei-a, ela bateu-me, eu bati-lhe. Ela disse-me ‘eu sou mais velha’ e eu respondi-lhe ‘então não me batas’. Ahahahah.

O que era a fama, na altura?

Como éramos muito parecidas, faziam-se apostas na rua se era ou a Amália. Quem me conhecia, dizia ‘vai ali a irmã da Amália’. Só que depois fiz um disco chamado ‘Olha a mala’, que teve muito sucesso, e passaram a chamar-me ‘vai ali a olha a mala’.

E lidava bem com isso?

A minha mãe chamava-me a bandeira das almas, porque sou calma e pacífica. Andamos aqui de férias e devemos divertir-nos o mais possível.

[a tal dupla de brasileiros gaúchos pede uma foto, Celeste levanta-se e abraça os rapazes, um de 80 anos, outro de 70]

Tem assim um país que gostasse de conhecer?

Índia. E Japão. Só que já me convidaram para ir ao Japão, eu é que não fui.

Porquê?

Fumava muito, uns três maços por dia, e não dava para estar tantas horas a seco.

Ia de carro.

Ahahahahah. No meu carocha.

Teve um?

Dois, um 1300, outro 1600, ambos bege. São os melhores carros que há e fiz um dinheirão com ele. Fazia o Algarve todo numa noite com aquele carro. Ia cantar aqui, ali, tudo à conta desse carro. É uma lata de sardinha por fora. Bastava uma pancadinha e fica todo amolgado. Só que o motor era fortíssimo. O primeiro custou-me 15 contos, comprei-o a um amigo que já não o usava.

Tirou a carta com que idade?

Aos 34 anos. E já não conduzo há 17. Aos 35, comecei a fumar.

E já parou?

Há oito anos. Deixei de fumar de um dia para o outro, sem pieguices. Está tudo aqui [Celeste aponta para a cabeça]. Basta dizer ‘não fumo mais’ e não fumo mesmo

Fumava o quê?

O que tinha à mão, nunca liguei a marcas.

[Celeste prova a sobremesa e sai-se com esta ‘este gelado é picante, tããão bom]

[é gengibre, dizem-lhe]

Um chá de gengibre é ótimo para limpar as cordas vocais. Só há uma coisa melhor.

O quê?

Uma rodela de limão com açúcar. Só que é amargo, ahahahah.

Vale tudo para cuidar da voz.

Cuidar da voz, para quê? Não canto ópera. Já cantei constipada, já cantei com anginas, já cantei com tudo e mais alguma coisa. Só uma vez é que não cantei por problemas auditivos e estive 15 dias sem cantar. Pelo meio, tinha um contrato para cumprir no Ritz. Como aquilo era um espetáculo com microfone, achei que pudesse cantar. Quando lá cheguei, fiquei com medo de falhar. E, com tanto público, fiquei nervosa. O que fiz?

Nem ideia.

Apertei o nariz e o ouvido desentopiu. Sou a pessoa mais sortuda do mundo, ahahah.

Sem ser o fado, que tipo de música gosta mais?

Gosto de tudo. Andei três anos com o Tim dos Xutos a cantar o Homem do Leme. Já cantei com Rui Veloso, Jorge Palma, Vitorino. Só não gosto de hhdshafsllkdfjlsdgjlgsjalkfgkogriogrkç. É rap, não gosto. Ainda por cima, eles parecem zangados.

Quem é o seu herói?

David Bowie é o rei. Toda a gente achava que o rei era o Elvis Presley. Gostava dele, mas não tanto como o David. A Madonna chora por ele, pelo Elvis. Mas não o trocava pelo David Bowie. Ouvia-o e ficava arrepiada. Engraçado, uma vez fui a Grécia e quem estava pintado na parede do meu quarto de hotel? Dois quadros do David Bowie. Aquele homem era avançado para o seu tempo, original, diferente dos demais. Chorei que nem uma madalena a ouvir o último álbum dele e já pedi ao meu genro para não insistir em meter esse cd.

Se é fã de Bowie, gosta de dançar.

Isso é que não, mas dancei na passagem de ano, em Nova Iorque. Os dançarinos da Madonna, eram uns quatro, todos estupendos, estavam ali a dançar e eu levantei-me da mesa para a pista. Um deles veio dançar para o pé de mim, agarrou-se a mim e disse-me ‘you’re so young, so young, wonderful, wonderful’. Uns piropos simpáticos.

Assim vale a pena ir a Nova Iorque.

Ah pois vale. Volto lá no dia 7 Abril.

Onde?

Não sei bem, tenho ali escrito na minha carteira. E, pronto, está farto de me ouvir falar e vou para casa [o relógio marca 1 e 20 da manhã, é justo]

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