Great Scott #33: Único jogador a marcar nas finais das três competições da UEFA?

Allan Simonsen

É um fenómeno sem igual. Único dinamarquês eleito Bola de Ouro, em 1977, o avançado é um caso sério de eficácia. Tanto ao serviço da selecção como a nível de clubes na UEFA. Pela Dinamarca, faz hat-trick: Jogos Olímpicos-1972, Euro-84 e Mundial-86. Pelos clubes, outro hat-trick: golos em todas as finais das três competições europeias.

A aventura começa em 1975, ao serviço do Borussia Mönchengladbach (adoro escrever este nome, aviso já; e dizê-lo então, que maravilha). Na final improvável com o Twente, o número 9 Simonsen abre e fixa o marcador, ambos com o pé direito, um deles de penálti. Acaba 5:1. Pormenor, o jogo é em Enschede (Holanda).

Dois anos depois, o Borussia Mönchengladbach joga a final da Taça dos Campeões em Roma, vs Liverpool. O golo da noite é do número 7 Simonsen, um portentoso remate com o pé esquerdo, sem hipótese para Clemence. É o 1:1, no início da segunda parte. O Liverpool carrega no acelerador e ganha 3:1.

Mais dois anos e lá está o Borussia Mönchengladbach na final da Taça UEFA, outra vez. Agora o rival é o Estrela Vermelha, da Jugoslávia. Em campo neutro (Düsseldorf), para a segunda mão, o número 11 Simonsen faz o único golo da noite, de penálti, e entrega a taça de mão beijada ao Borussia.

Nesse Verão de 1979, Simonsen acaba o contrato com o Borussia Mönchengladbach e assina pelo Barcelona, onde é a estrela da companhia, juntamente com Schuster. Na final da Taça das Taças 1982, curiosamente em Camp Nou, o Barça ganha 2:1 ao Standard Liège. O 1:1 é de Simonsen, de cabeça. Na baliza, Preud’homme. Está feito o hat-trick, espectáculo.

Com a contratação de Maradona em 1982, o Barcelona passa a ter três estrangeiros para dois lugares. Simonsen vê a jogada com um insulto e pede para lhe anularem o contrato. Meu dito, meu feito. Num movimento inesperado, vai jogar para a 2.ª divisão inglesa (Charlton), longe dos holofotes e da pressão. E acaba a carreira onde a começa, no Vejle, clube da sua terra natal. Só como nota de rodapé: Simonsen treina o Luxemburgo e perde dois jogos com Portugal de Scolari, ambos em 2004, um particular em Águeda (3:0), outro de qualificação para o Mundial-2006 na Cidade do Luxemburgo (5:0).