Totobola – 10 Junho 1973

Mais Play It Again Sam 06/19/2020
Tovar FC

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Totobola – 10 Junho 1973

É a última jornada da 1.ª divisão 1972-73, uma época imperdível pelo título invicto do Benfica e a Bota de Ouro para Eusébio. Também há Belenenses em segundo lugar, Sporting em quinto, Porto fora da UEFA, Atlético na 2.ª divisão e um inacreditável 8:1 do último classificado U. Tomar. Aos oito jogos do campeonato juntam-se outros quatro da liguilha da 2.ª. Para último, o jogo 13, toma lá um Itália-Brasil em Roma. Soa a desforra da final do Mundial-70.

BELENENSES-BARREIRENSE 1

Com o segundo lugar mais que assegurado, o Belenenses despede-se do Restelo com uma vitória inequívoca (3:0 ao intervalo, 4:2 no fim). A grande figura é o treinador argentino Alejandro Scopelli com o seu esquema inusitado de Pietra no meio-campo e três homens atrás da linha de quatro defensiva do Barreirense,. “Quis experimentar o sistema e demo-nos bem, não?” Si, claro que si. Golos de González, Pietra e Quaresma na primeira parte. A abrir a segunda, bis do capitão Quaresma. Para o fim, outro bis, o do visitante Nélson Faria. Dois dias depois, o Belenenses já está em digressão pelo Canadá, a jogar com a selecção de Ontário, em Otava.

SETÚBAL-SPORTING 1

Marinho cumpre castigo, Yazalde está lesionado. O Sporting, terceiro classificado, vai ao Bonfim sem duas referências incontornáveis e sai de Setúbal em quinto. A equipa de Pedroto joga nas horas e marca um golo em cada parte, ambos pelo brasileiro Duda. Daí a uma semana, a final da Taça de Portugal no Jamor é bem diferente (3:2 para o Sporting).

PORTO-U. COIMBRA 1

O guarda-redes Tavares compromete o União nos dois primeiros golos, de Flávio e Celso. O terceiro, bis de Flávio, é contestado pelos visitantes por fora-de-jogo. Acaba 3:0 e há uma festa tímida de ambas as partes. O Porto continua a depender da vitória do Vitória na final da Taça para o apuramento da Taça UEFA na época seguinte e o União celebra, por assim dizer, a entrada na liguilha. Contas finais, umas semanas depois: o Porto perde o comboio europeu e o União o da 1.ª divisão.

U. TOMAR-BEIRA-MAR 1

É seguramente a melhor despedida de sempre de um despromovido: o último classificado U. Tomar dá oito ao Beira-Mar, com hat-trick de Raúl Águas. Marcam ainda Pavão (2), Fernando Luiz (2) e Bolota. Pelo meio, Alemão anota o golo de honra dos aveirenses.

FARENSE-BOAVISTA 1

Figura de proa no Porto dos anos 60, o defesa farense Atraca despede-se do futebol da 1.ª divisão com uma vitória. Ganha o Farense e ganha o Algarve – no ano seguinte, mais um representante da zona (Olhanense). Golos de Sobral e Pena, na primeira parte.

GUIMARÃES-LEIXÕES 1

Romeu mexe os cordelinhos, Ibraim marca os golos. A vitória do Vitória é resolvida por dois homens de gabarito e o treinador Mário Wilson dá-se por feliz como ‘campeão do outro campeonato’, numa alusão ao sexto lugar e à superior categoria das cinco potências nacionais (Benfica, Belenenses, Porto, Vitória e Sporting).

BENFICA-MONTIJO 1

Já feito campeão há sete jornadas, o Benfica só quer pontuar para se sagrar o primeiro campeão português sem qualquer derrota. Do objectivo à realidade vai uma distância de seis golos, quatro deles de Eusébio. A Bota de Ouro é uma realidade, pela segunda vez na carreira (40 vs 36 de Gerd Müller, Bayern). No plano nacional, mais uma Bola de Prata para Eusébio, agora com 19 golos de vantagem sobre o segundo classificado (Flávio, Porto).

CUF-ATLÉTICO 1

O Atlético tem de ganhar no Barreiro para evitar a 2.ª divisão. Ao intervalo, 0:0. Aos 57’, Vasques alimenta o sonho. Aos 60’, a CUF faz as duas substituições de uma assentada e o empate aparece aos 70’, por obra e graça do suplente Monteiro, num lance muito contestado pelos visitantes. “Foi off-side nítido”, garante o treinador Ted Smith. Aos 75’, o golpe de misericórdia para o Atlético, por Capitão-Mor. “Lamento sinceramente termos sido os carrascos do Atlético”, desabafa o treinador cufista Fernando Caiado.

MARÍTIMO-SACAVENENSE 1

O desnível é evidente no Estádio Professor Marcelo Caetano, agora Barreiros. Mesmo sem Isaac e Nunes, o Marítimo goleia por 5:1. Chega a estar cinco-zero, obra de Ângelo (3), Ourivaldo e Noémio. Cabe a Valente a proeza de dar uma alegria ao Sacavenense.

ODIVELAS-TRAMAGAL 1

A lesão madrugadora do central Carlos Alberto atrapalha o Odivelas. Disso se aproveita momentaneamente o Tramagal. Golo de Marco Aurélio, 0:1. A resposta é imediata, bis de Raul e 2:1. Na segunda parte, Tiago estica a vantagem e Carlos Afonso fixa o 3:2.

AVES-FEIRENSE 1

À terceira é de vez. Na ressaca de dois empates, o Aves saca os dois pontos da vitória, graças a uma reviravolta no marcador proporcionada pelos golos do lateral-esquerdo Freitas (27’) e do maestro Delfim (61’, penálti). Antes, Valente silenciara o Campo Bernardino Gomes.

TIRSENSE-PENAFIEL X

Bola ao centro, sai o Penafiel. Menos de 60 segundos depois, 0:1 obra de Nélson. Empurrado pelo seu fervoroso público, o Tirsense dá a volta por Araponga (que não o Tarcísio Meira) e Jó. Nos últimos instantes, o suplente Elvino empata a contenda.

ITÁLIA-BRASIL 1

Aquele 4:1 do Brasil na final do Mundial-70 ainda está entalado na garganta da Itália. Vai daí, marca-se um particular para Roma. Aos 17 minutos, 1:0 de Riva na recarga a uma bola no peito do guarda-redes Leão. Aos 77’, Capello faz o 2:0. A bola vai à barra, sai e o jogo prossegue. De repente, um dos fiscais-de-linha assinala golo. É o fim da picada, os brasileiros querem acertar contas com o árbitro Heliés. É preciso até a intervenção do treinador Zagallo para serenar os ânimos.

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