Great Scott #66: Quem troca de camisola com Maradona no Inglaterra-Argentina em 1986?
Steve Hodge
A pergunta mais interessante seria ‘Maradona fica com a camisola de quem?’ De quem? Hodge. Aquele que evita Maradona naquele slalom de 60 metros em nove segundos é quem fica com o 10 da Argentina, hoje uma relíquia no Museu Nacional do Futebol, em Preston (Inglaterra), ao lado da Taça Jules Rimet conquistada em 1966 e da bola dessa final, vs RFA.
Hodge é o médio esquerdo do Nottingham Forest. Começa esse Mundial do México no banco, como suplente de Ray Wilkins, razão pela qual só entra na segunda parte no jogo de estreia, vs Portugal. Só ao terceiro jogo é que o seleccionador Bobby Robson o coloca a titular e a Inglaterra, que perdera com Portugal e empatara com Marrocos, parece outra. No 3:0 à Polónia, Hodge faz uma assistência para golo de Lineker. Nos oitavos, repete a jogada no 3:0 ao Paraguai. Nos quartos, com a Inglaterra, pouca coisa lhe sai bem. Diz o próprio. “No golo da mão de Deus, o meu passe para o Shilton foi mal medido mas naquele tempo o guarda-redes ainda podia agarrar a bola com a mão. Estranhei que Maradona tivesse marcado mas nem liguei muito. Só depois do jogo é que percebi que foi com a mão.”
“No 2-0 nada havia a fazer. Só se amarássemos o Maradona! Como fez Gentile em 1982 ou Matthäus em 1990. Ele partiu e nunca mais ninguém o viu. Só no final do jogo… E esse aspecto é curioso, porque ainda não havia a cultura da troca de camisolas. Aliás, eu mantive a minha o Mundial inteiro. Até esse jogo. Felizmente, houve contacto visual e pedi-lhe a camisola. Ele despiu-a, eu fiz o mesmo, trocámos e cada um seguiu o seu caminho.” Pergunta que se impõe: o sortudo do Maradona ainda tem o número 18 da Inglaterra?