Great Scott #92: Quem é o primeiro a jogar nos três grandes em Portugal?

Great Scott Mais 08/12/2020
Tovar FC

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Great Scott #92: Quem é o primeiro a jogar nos três grandes em Portugal?

Carlos Alhinho

Atleta cabo-verdiano do século XX, Carlos Alhinho deixa a sua marca no futebol, com passagens por Portugal (Académica, Sporting, Porto, Benfica e Portimonense), Espanha (Betis) e Bélgica (Racing White Molenbeek), sem esquecer as 15 internacionalizações pela selecção.

“Joguei nos três grandes, na Selecção Nacional e saí duas vezes para o estrangeiro mas isso não fez efeito nenhum. Nas eleições de final do século, nunca mencionaram o meu nome. É impossível estar ausente com este currículo, mas não guardo rancor. Afinal, fui eleito atleta cabo-verdiano do século pelo comité olímpico (local).”

“As passagens por Sporting, FC Porto e Benfica enriqueceram-me como pessoa e jogador. Fui treinado pelos melhores e a experiência de estar nos melhores clubes portugueses dá projecção a qualquer profissional. Comecei no Sporting, via-Académica. Em Alvalade, fui campeão nacional e ganhei duas Taças de Portugal. Ao fim de três anos de contrato, assinei pelo Atlético Madrid, mas houve problemas, porque assinaram, ao mesmo tempo, com outro central (Luís Pereira), titular da selecção brasileira. Ora, de acordo com a lei espanhola, só dava para jogar com três estrangeiros e, como já havia Ayala (Argentina) e Leivinha (Brasil), a corda rebentou pelo lado mais fraco. O português saiu, duas semanas depois. Tive de regressar a Portugal, mas o Sporting já estava reforçado no centro da defesa, com Zezinho, Amândio e José Mendes.”

“Veio o convite do FC Porto. Joguei numa equipa fantástica em 1975-76, só que as coisas não resultaram. Alguns jogadores não aguentavam o ritmo de treinos (tridiários na pré-época e bidiários durante a temporada) imposto pelo jugoslavo Stankovic, que era da escola alemã, recém-campeã mundial (1974), e aí começaram os problemas. Mesmo assim, nunca esquecerei uma vitória na Luz (3-2), com uma grande exibição do Cubillas, que nos qualificou para a Taça UEFA na última jornada do campeonato. No fim dessa época, fui de novo para Espanha, para o Betis, onde só estive meio ano. Tive um azar dos diabos. O General Franco morreu e entrou tudo em polvorosa. Era a altura ideal para regressar a Portugal.”

“Surge então o Benfica, para ocupar o lugar de Humberto Coelho, vendido ao Paris SG. Quando cheguei à Luz, o Benfica estava a dez pontos do Sporting e a nove do FC Porto. No final da época, fomos campeões com nove pontos de avanço sobre o Sporting, depois de 25 jogos seguidos sem perder (22 vitórias e três empates). Foi um dos melhores campeonatos da história. O grupo era formidável. Mortimore lançou os jovens Chalana, José Luís, Eurico, Alberto, Bastos Lopes e ainda tinha jogadores experientes, como eu, Toni, Nené, Bento, José Henrique.”

Todos os oito vira-casacas (e o ano do terceiro grande)

1976 Carlos Alhinho

1982 Eurico

1983 Romeu

1993 Futre

1996 Fernando Mendes

2002 Peixe

2007 Derlei

2010 Maniche

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