2016, Portugal 1:0 França (ap)
Cuidado, isto vai começar assim-assim. Saint-Étienne, 14 Junho. Aos três minutos, Pepe vai mole a uma bola na linha lateral e deixa-se ultrapassar por Sigurdsson. O remate do islandês é parado por Rui Patrício. Anima Portugal e ganham-se um, dois, três, quatro cantos seguidos. O golo está aí. E aparece mesmo, aos 31’. Lance entre André Gomes e Vieirinha, conclusão de Nani. Fixe bem este momento, é um dos raros de todo o Euriopeu em que a selecção está em vantagem. Até aos 50’, altura em que Carvalho avança, Pepe idem idem e Vieirinha aspas aspas. Aproveita Bjarnasson, 1-1.
Segue-se a Áustria. Paris, 18 Junho. Dos quatro remates de Ronaldo à baliza, três só não entram por obra e graça do afoito Almer, em noite siiiiiiiiiiiiiim. O outro é aquele penálti. O lance até é bem típico (bola para um lado, guarda-redes para o outro), o problema é se intromete ali o poste. Para fechar, a Hungria. Lyon, 22 Junho. É um jogo louco, com seis golos, quatro deles dos capitães e em 15 minutos na segunda parte. Dszudszák abre a torneira de livre directo, Ronaldo iguala de calcanhar, Dszudszák desempata às três tabelas, Ronaldo fixa de cabeça. Três jogos, três pontos. Com a confirmação do 2-1 da Islândia sobre a Áustria nos descontos, a selecção cai para o terceiro lugar, evita a Inglaterra em Nice e salta para o bloco de cima da tabela de jogos, sem a presença dos quatro campeões (Espanha, Itália, Alemanha e França).
Cuidado, isto vai acabar bem, muuuuuuuuito bem. Começa o outro Euro, o da fase a eliminar. Lens, 25 Junho. Joga-se com a Croácia, líder-surpresa do grupo da Espanha. O jogo é morno. No prolongamento, aos 117’, Patrício desvia um remate de Perisic para o poste e, acto contínuo, Ronaldo rouba a bola para iniciar o contra-ataque concluído pelo suplente Quaresma, de cabeça, quase em cima da linha de golo. Siiga. Marselha, 30 Junho. O começo é o mais desastroso possível: Cédric escorrega e abre uma autoestrada para a conexão entre Grosicki-Lewandowski. Como é seu timbre, Portugal de Santos responde à altura. Renato tabela com Nani e enche o pé para o golo. Daí para a frente, joga-se futebol sem balizas até aos penáltis. Aí, somos reis e senhores com 100% de aproveitamento: Ronaldo, Renato, Moutinho, Nani e Quaresma. Siiiga.
Lyon, 6 Julho. Como é tradição, a cidade vibra com os golos de Ronaldo e Nani, 2-0 a Gales. Siiiiga. Paris, 10 Julho. Santos volta ao ponto de partida (Stade de France). O capitão Ronaldo lesiona-se aos oito minutos e sai aos 25’. Vale-nos Patrício no tempo regulamentar e Éder no prolongamento. Isso mesmo, o 9 substitui Renato e dá-nos o título com um remate preciso de fora da área. Islândia, Áustria, Hungria, Croácia, Polónia, Gales e França. Nenhuma derrota em sete jogos, três deles com prolongamento e um dos quais resolvido nos penáltis.
Eis o meritório percurso da selecção portuguesa, rumo ao inédito título de campeão europeu. Patrício acaba o Europeu sem sofrer qualquer golo nos últimos 328 minutos. À sua frente, o quarteto só se define a partir dos oitavos-de-final com Cédric e Raphaël nas alas mais Fonte e Pepe no meio. À sua frente, William bem ajudado por Adrien, João Mário e Renato. No ataque, Ronaldo defende mais que nunca e Nani faz de 9. Os suplentes Quaresma e Éder saltam do banco para evitar os penáltis vs Croácia e França. Somos campeões e vamos à Taça das Confederações-2017, na Rússia. A Europa é nossa, o Mundo está quase.