Great Scott #165: Qual é o primeiro título de Carlos Lopes transmitido em directo pela RTP?
Cross de corta-mato (Chepstown 1976)
Que dia memorável, o 28 Fevereiro 1976. Para o desporto nacional. Para a RTP. O dia é preenchido. De manhã, Europeus de corta-mato. À tarde, final da Taça de Portugal em hóquei em patins. Os dois eventos têm uma só cor: o verde do Sporting.
Se o hóquei patinado é resolvido com autoridade inaudita (7:1 vs Oeiras), o atletismo é outra loiça. Até porque envolve a palavra europeu e isso tem muito que se lhe diga. Pois bem, Chepstown. Onde é isso? Gales. A corrida é de manhã, claro. Juntamente com 153 participantes, Carlos Lopes cedo se destaca dos demais com uma táctica infalível. ‘Eles eram melhores nas descidas e em linha recta. Então, experimentei distanciar-me nas subidas. Resultou.’
E de que maneira. O avanço é considerável a cada passada e o primeiro lugar é um mero pró-forma para o atleta de 29 anos, bancário de profissão, com um ordenado de sete contos e cem, casado e com um filho chamado Nuno, de onze meses. Com o tempo de 34 minutos e 47 segundos, Carlos Lopes faz os 12 km na boa e corta a meta com 16 segundos de avanço sobre o segundo classificado Simmons (Inglaterra). À chegada ao Aeroporto da Portela, o sorriso é o mesmo, humilde. O discurso idem idem. ‘Agora quero trabalhar para Montreal’, numa alusão aos Jogos Olímpicos daí a um mês.
E qual é o resultado? Medalha de prata.