Great Scott #166: Quantos penáltis falha a selecção portuguesa em noite de lua cheia?

Great Scott Mais 11/24/2020
Tovar FC

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Great Scott #166: Quantos penáltis falha a selecção portuguesa em noite de lua cheia?

Dois

A saga é incrível. Para começar, a selecção portuguesa acumula cerca de zero empates em noites de lua cheia. Depois, nove vitórias nos últimos nove jogos. A última derrota data de 1987, no Giuseppe Meazza, vs Itália, na qualificação para o Euro-88. É o tal jogo da despedida dos seabrinhas, com dois guarda-redes da classe média alta em bom plano: Lúcio (Varzim) a substituir Jesus (Vitória SC) por lesão a meio da segunda parte.

Lua cheia, capítulo dos penáltis falhados. Dois. Um de Oceano, outro de Figo. O de Oceano é numa tarde-noite histórica, a da maior goleada de sempre (8:0 vs Liechtenstein), no apuramento para o Euro-96. É um domingo, 18 Dezembro 1994. Estreia-se Secretário, lançado por António Oliveira. O marcador avança como se fosse um extremo. Aos 2’, centro de Folha, golo de Domingos e 1:0. Aos 11’, cruzamento de Rui Costa, golo de Domingos e 2:0. A fechar a primeira parte, livre de Rui Costa, cabeceamento de Oceano e 3:0. Aos 56’, remate de longe de JVP e 4:0. Aos 65’, penálti apitado pelo árbitro checo a castigar derrube sobre JVP. Chamado a bater, Oceano arranca e Hebb defende. Baaaaah.

Caaaaaalma, o 5:0 aparece aos 72’. Mais um passe de Folha, conclusão de Couto. Aos 74’, Folha aproveita uma bola ao poste de Paulo Alves e assina o 6:0 no ressalto. Quando Paulo Alves cabeceia o cruzamento da direita de Rui Costa e faz o 7:0, o banco de suplente português levanta-se e festeja como nunca. Lógico. Pela primeira vez na história, Portugal passa a barreira dos seis, até então a maior goleada, vs Luxemburgo em 1963 e Angola em 1989. Antes do fim, passe de Domingos e o suplente Paulo Alves fixa o 8:0.

A figura é João Pinto, o novo recordista de internacionalizações. “Este é um dia inesquecível. Ainda por cima, Nené é um homem com um H muito grande e veio visitar-me durante a semana. Isso constitui mais uma prova da sua excelência como profissional.” Passam-se uns anos, vira-se o século. Já estamos a 20 Novembro 2002, em Braga, no 1.º Maio. Incrível, chove como nunca em Braga. O relvado está mais que escorregadio e a bola tanto prende como rola depressa demais. Depende do toque. A Escócia, coitada, demora a entrar no jogo. Quando o faz, já está a apanhar dois-secos.

Obra de Pauleta, goleador do Bordéus. Em menos de dez minutos, o açoriano marca dois golos. Um a empurrar um centro-remate de Conceição, outro numa desmarcação pelo meio e encosto de ombro com o central Pressley. Que provoca, pelo meio, o penálti. Falhado por Figo. Ou melhor, defendido por Douglas. Na recarga, Simão escorrega. Lá está, é a chuva. Na despedida, o seleccionador interino Agostinho Oliveira lança cinco jogadores, um deles é do estreante Varzim (obrigado Jorge Ribeiro), e diz “então até à próxima”. Já se fala muito de Scolari, um nome pouco consensual. Como o demonstra Rui Jorge. “Scolari? Nome bonito, mas prefiro Rui Jorge.”

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