Great Scott #172: Único clube português campeão da 1.ª e 2.ª divisões?

Great Scott Mais 12/02/2020
Tovar FC

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Great Scott #172: Único clube português campeão da 1.ª e 2.ª divisões?

Belenenses

Seis treinadores. Sim, lê bem: s-e-i-s. Com tanta matéria-prima no banco, o Belenenses desce à 2.ª divisão, juntamente com União de Leiria e Académico de Viseu. É a primeira despromoção de sempre do clube. É o único campeão despromovido por resultados desportivos (o Boavista é-o por ordem administrativa).

O primeiro ano no inferno, em 1982-83, não lhe corre de feição e só acaba em quarto lugar, a 15 pontos do Farense. À segunda, sim, é de vez. O Belenenses regressa ao convívio dos grandes e fá-lo em estilo, grande estilo. Com o título de campeão da zona Sul e também como vencedor da liguilha, que junta os outros dois campeões do país, do Norte (Vizela) e Centro (Académico). O Belenenses é rei e senhor.

O ponto de partida é aquele fim de tarde a 19 Setembro 1983. É a primeira jornada da 2ª divisão e o objectivo da subida está delineado pela direcção. A contratação do treinador dá corpo a esse desejo. O seu nome é Jimmy Melia, homem de reconhecidos méritos. Tanto como jogador (campeão inglês da 2ª e 1ª divisões pelo Liverpool, nos anos 60), tanto como treinador (finalista vencido da Taça de Inglaterra pelo modestíssimo Brighton & Hove Albion). Ele sabe o caminho, o plantel também. Os reforços têm pinta, casos do futuro capitão José António (ex-Estoril), Quaresma (Portimonense), Jaime (Amora), Carraça (Vitória SC) e Vital (Farense). Que comecem os jogos.

O adversário é o Lusitano de Évora, segundo classificado da época anterior, e a estatística é nitidamente favorável ao Belenenses. No Restelo, os eborenses não ganham uma única vez, em 15 jogos, entre 12 derrotas e três empates. Daí a 90 minutos, o registo sobe para 13 derrotas, culpa de um golo de Djão. A jogada é toda de Jaime. Pelo lado direito, o médio recreia-se com a bola desde o meio-campo até à linha de fundo. O cruzamento é perfeito, Djão só tem de empurrar. Até peca por tardio, este golo.

Em matéria de posse de bola, o Belenenses é esmagador. Em matéria de remates à baliza, também (o Lusitano não faz nem um). Em cantos, 17-2. Em golos, aquilo que realmente interessa, 1-0. O Belenenses larga na frente e sagrar-se-á campeão na penúltima jornada, em Sesimbra (2-0). O apuramento de campeão é outro passeio, embora os resultados possam indiciar o contrário, com duas vitórias e dois empates entre Vizela 2:2, Académico 2:0, Vizela 5:0 e Académico 3:3. Acontece que o título de campeão é assinado a uma jornada do fim, no Restelo, a 10 Junho 1984.

Aos dois minutos, Dudu dá a primeira explosão de alegria com um remate do meio da rua. Joel aumenta aos 20’, com um monumental chapéu ao desamparado Sérgio. Dá para tudo, até para substituir guarda-redes à passagem da meia hora: sai Justino, entra Figueiredo. Na segunda parte, a goleada é um facto com bis de Djão e mais uma batata do médio brasileiro Dudu.

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