O destino fatal de Veloso
A sequência é fantástica, nunca vista numa final europeia: dez pontapés, dez golos. Começa Koeman, continuam Elzo, Kieft, Dito, Nielsen, Hajry, Vanenburg, Pacheco, Lerby e Mozer. Acaba 5:5. Pela primeira vez, é necessário o recurso à segunda série de grandes penalidades numa final da Taça dos Campeões. E agora, quem se acusa?
Elzo, como porta-voz de Toni, pergunta alto e bom som quem avança. Veloso é o primeiro a levantar o braço. Seja. Primeiro é o remate do PSV, atira Janssen e 6:5. Silvino enganado novamente. O curioso é que, no domingo anterior à jornada de Estugarda, o guarda-redes defendera um penálti do Vitória SC, na Luz. Adiante.
Segue-se Veloso. A paradinha é-lhe fatal, Van Breukelen adivinha-lhe os intentos. Game over, o PSV é o terceiro clube holandês a levantar a Taça dos Campeões, após Feyenoord (1970) e Ajax (1971, 1972, 1973).
O Benfica encaixa mal a derrota e nunca mais se encontra até final da época. Ao empate no Bessa, segue-se outro empate, em casa, vs Varzim. Para fechar o campeonato das 20 equipas, o Porto dá 3:0. Cinco dias depois, outro clássico nas Antas. É a meia-final da Taça de Portugal, resolvida com um golo de Rui Barros aos 86′, um minuto depois da expulsão de Veloso. Que sina, hein?
Em 15 anos de Benfica, o lateral Veloso acumula três finais europeias. Como uma delas é a duas mãos, somam-se quatro jogos. Nem uma vitória, entre dois empates (Anderlecht 1983, PSV 1988) e duas derrotas (Anderlecht 1983, Milan 1990). É, de facto, o que lhe falta no currículo. De resto, sete campeonatos, seis Taças e três Supertaças.