Great Scott #194: Única selecção campeã europeia a jogar de 1 a 22 por ordem alfabética?
Itália 1968
Ponto prévio, a Itália é a primeira selecção a juntar um título europeu a um mundial. Seguir-se-iam Alemanha (1954-1972), França (1984-1998) e Espanha (2008-2010) — a Itália ganha os Mundiais 1934 e 1938, depois o Euro-68.
A jogar em casa, a Itália é bafejada pela sorte da moeda ao ar na 1/2 final, vs URSS (0:0). Na decisão, aparece-lhe a Jugoslávia. Insistimos, a Itália joga em casa (Olímpico, Roma). E, claro, não pega no jogo nem sabe como fazê-lo. Joga à defesa, porquê se está 0-0? Mais confortáveis, os jugoslavos trocam a bola – e as voltas à cabeça dos italianos. Zoff é o 112 da squadra. Defende tudo, tudo, menos o remate de Dzajic (sempre ele) aos 39 minutos.
Por alguma razão, é eleito o melhor em campo pela imprensa internacional, seja espanhola, seja inglesa ou portuguesa, com nota máxima (5). A Itália congela e só depois reage, atabalhoadamente. Desanima claramente os 100 mil espectadores. Mais ainda os milhões de telespectadores que vêem o jogo através da RAI com narração de Nicolò Carosio, de 69 anos de idade, comentador italiano de rádio das finais dos Mundiais 1934 e 1938, já reformado e contratado especificamente para
relatar a final.
O árbitro suíço Gottfried Dienst é tudo menos neutro (já o fora na final do Mundial-66: lembra-se do golo fantasma, o do 3-2 da Inglaterra à RFA?) e o empate nasce na enésima invenção à entrada da área dos jugoslavos. Chamado a bater, Domenghini liberta o grito do golo. A dez minutos do fim, quando as bandeiras no estádio já estão a meia haste, antevê-se prolongamento. Nem assim. Aquela meia hora extra é como se não existisse. Há cansaço extra, está visto. E agora?
As regras são explícitas: em caso de empate, recorre-se a uma finalíssima dois dias depois. No dia 10, no mesmo Olímpico, a Itália enche-se de brio e ganha 2:0, golos de Riva (11’) e Anastasi (32’). Começa aqui a lenda de Zoff. Como melhor jogador do Euro-68 e capitão do glorioso Mundial-82. “Nós não merecíamos ter ido à finalíssima”, admite o guarda-redes italiano, “mas fomos superiores aos jugoslavos no segundo jogo.”
Eis os 22 de Ferruccio Valcareggi
- Albertosi
- Anastasi
- Anquiletti
- Bercellino
- Burgnich
- Bulgarelli
- Castano
- De Sisti
- Domenghini
- Facchetti
- Ferrini
- Guarneri
- Juliano
- Lodetti
- Mazzola
- Prati
- Riva
- Rivera
- Rosato
- Salvadore
- Vieri
- Zoff