Great Scott #206: Único clube português a perder com os finalistas da Liga dos Campeões?
Porto
A época 1993-94 marca o desejo do inédito tri. E, tal como em 1941 e 1987, o tri volta a escapar. A saída do treinador Carlos Alberto Silva é compensada pela entrada de Tomislav Ivic, um homem com conhecimentos acima da média em relação ao futebol português em geral e ao futebol portista em particular, a avaliar pela caterva de quatro títulos conquistados em 1987-88 (só falha a Taça dos Campeões, de resto é um ver-se-te-avias entre campeonato, Taça de Portugal, Taça Intercontinental e Supertaça europeia).
Desta vez, Ivic dá-se mal. À terceira jornada, só dois pontos em seis possíveis. Entre Dezembro e Janeiro, uma série negativa de três empates e uma derrota é bem aproveitada por Benfica e Sporting para se distanciarem. O bicampeão em título abastece-se no mercado de Inverno e saca Drulovic ao Gil Vicente, além de apresentar o treinador inglês Bobby Robson, entretanto demitido pelo Sporting. A segunda volta é um sucesso, com 28 pontos em 34 possíveis. Contas feitas, o Porto ainda acaba em segundo lugar, à frente do Sporting pela 12.ª época consecutiva. E ainda ganha a Taça de Portugal, ao mesmo Sporting (2:1 na finalíssima).
E na Europa? O Porto entra na fase de grupos pela primeira vez, graças a um remate extraordinário de Domingos no minuto 90’ vs Feyenoord, nas Antas. É esse golo solitário a resolver a pré-eliminatória. Na Liga dos Campeões propriamente dita, o Porto calha no grupo B, juntamente com Werder Bremen, Anderlecht e Milan. Aos alemães, ganha 3:2 em casa e 5:0 fora. Aos belgas, perde 1:0 em Bruxelas e vence 2:0 no Porto. Aos italianos, perde feio 3:0 no Giuseppe Meazza. Ao intervalo, já há 2:0 por Raducioiu e Panucci. Na segunda parte, Massaro fixa o resultado. Nas Antas, para a última jornada, 0:0. Há um lance no último minuto em que Drulovic falha o golo por escassos centímetros. Defende Rossi em cima da linha e o Milan passa em primeiro. O Porto em segundo. Significa isso uma visita a Camp Nou na ½ final a uma só mão, já na era Robson.
O jogo é de sentido único. Robson elege Aloísio a lateral para marcar Stoitchkov e sai-se mal, muito mal. Porque o búlgaro faz trinta por uma linha e assina os dois primeiros golos da noite na primeira parte (10’, 35’). Na segunda, um pontapé do meio da rua de Koeman (72’) engorda o resultado para 3:0. Ao mesmo tempo, o Milan repete a chapa três em cima do Monaco de Wenger. Et voilà, Milan e Barcelona na final de Atenas, ambos carrascos do Porto.