Great Scott #210: Único jogador presente em Mundiais na qualidade de avô?

Great Scott Mais 01/25/2021
Tovar FC

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Great Scott #210: Único jogador presente em Mundiais na qualidade de avô?

Figueroa

Um raio de sol ilumina Porto Alegre. E a vida dos adeptos do Internacional. E a carreira do melhor jogador chileno do século XX. Elias Figueroa é o dono do pomposo título “golo iluminado”, na final do Brasileirão em 1975, como autor do decisivo 1:0 vs Cruzeiro, de cabeça, numa altura em que o sol penetra por entre o amontoado de nuvens no Beira-Rio.

Atenção, Figueroa é tudo menos um herói acidental. É, antes, um herói a full-time. Três vezes seguidas o melhor jogador da América do Sul (1974, 75, 76) e duas vezes o MVP do Brasil (1972 e 1976), é campeão no Uruguai (Peñarol), no Brasil (Inter) e no Chile (Palestino). Na selecção, três Mundiais e é aí que Figueroa entra na conversa: “Três não! Quatro!”

Quatro? Essa é boa, onde? Falta o de 1962. Aos 15 anos de idade, Figueiroa apresenta-se como adepto. “Fui ver todos os jogos do Brasil a Viña del Mar, acompanhado pelo meu pai. Eu vivia em Quilpué, perto do hotel do Brasil. Um dia, o Santiago Wanderers, a minha equipa do coração, joga com o Brasil. Imagina só, eu com 15 anos a marcar o Didi. E a pedir autógrafo.”

Daí para a frente, três Mundiais num total de nove jogos. E vitórias? Zero. Leu bem, sim senhor. Zero. “Em 1966, era muito jovem. Em 1974, quiseram-me como capitão mas recusei porque jogava no estrangeiro e considerava uma falta de respeito para todos os chilenos que jogavam em casa. Mas atenção que em 1974 fui eleito para a equipa ideal do torneio, ao lado do Beckenbauer. Eu, que não ganhei nenhum jogo, ao lado do Kaiser. Que honra. Em 1982, aí sim, fui o capitão.”

Capitão e avô. Leu bem, sim senhor, Figueroa é avô no Mundial-82. “Casei-me aos 15 anos e a minha filha casou-se aos 18. Quando eu tinha 34, já era avô. Com 35, fui ao Mundial. Que carreira, hã? E olha que sofri problemas de coração e de asma na infância. Os médicos diziam-me que não podia jogar futebol nem praticar desporto. Nasci em Valparaíso e os meus pais mudaram-se para Quilpué à procura de um clima melhor. De um dia para o outro, deixei de ter ataques de asma quando corria e, aos sete anos, comecei a jogar futebol. só que aos 11 tive poliomielite e passei um ano de cama. Recomecei a andar de muletas, com a ajuda dos meus irmãos, e aos 15 já estava a estrear-me na primeira divisão chilena. E aos 35 a jogar como avô em Espanha. Craque.

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