Flying Circus para sempre
Terry Jones lembra-se da sua piada mais antiga. “Acho que foi antes de saber falar. Estávamos em Gales, tínhamos acabado de comer e a minha avó perguntou se alguém queria sobremesa. E eu, esperto, passei-lhe o guardanapo, em vez do prato, e a minha avó pousou-lhe em cima a sobremesa. Lembro-me de ter pensado «é pá, a piada resultou», e fiquei à espera das palmas. Mas, em lugar disso, viraram-se todos para mim e perguntaram: ‘Ó meu tonto, porque é que fizeste uma coisa tão estúpida?’ Foi aí que percebi que a comédia também era complicada, perigosa mesmo. Só alguns sobrevivem à pressão para matar este gosto pelo cómico com que todos nascemos.” Terry Jones, um dos fabulosos Monty Python, está em Portugal a promover uma peça de teatro da sua autoria. Estamos em 2007, quase quase em 2008, e lembramo-nos de lhe escrever um email com perguntas futebolísticas para o jornal Record.
Qual é a sua opinião sobre o futebol?
É um grande jogo.
É seu costume sentar-se à frente da televisão e ver o futebol ou nem por isso?
Bem, eu não tenho tempo para ver televisão, seja que programa for. Aliás, tenho uma televisão em casa mas nem a sei ligar.
Já alguma vez viu um jogo ao vivo?
Sim, uma vez fui ao estádio do Tottenham. Fiquei espantado com a cor do relvado e com o barulho dos adeptos. Foi realmente excitante.
Quais são os clubes dos outros Monty Python?
O Mike Palin torce pelo Sheffield Wednesday, o Eric [Idle] é do Chelsea. Terry Gilliam é fã dos New York Yankees (basebol) e o John Cleese vê qualquer jogo que estiver a dar na televisão. Que, a propósito, ainda não sei ligar.
Como galês, sabe que o seu país nunca foi a um Europeu e só se apurou uma vez para o Mundial. O que pensa de tudo isso?
Tem a certeza que é Gales?
Os nomes Eusébio, Mourinho e Ronaldo são-lhe familiares?
Aaaaah, agora está a entrar nas profundezas da minha ignorância. Lembro-me de Eusébio, um grande homem.
Se Mourinho fosse treinar a selecção de Gales, o que lhe diria?
Achava que ele tinha enlouquecido.