Yazalde, 50 anos à Sporting
Acontece. Às vezes, acontece. E é bonito de se ver. Quando a ficção e a realidade andam de mãos dadas. Veja-se o exemplo de Héctor Yazalde. No mundo fantasioso do PES (Pro Evolution Soccer), o seu nome é um dos clássicos incontornáveis com um total de 95 (de 0 a 100) na pontaria à baliza, 92 de cabeça, 90 na técnica do remate, 86 na execução do drible, 85 na potência do remate, 83 na stamina e 80 no trabalho de equipa. É um jogador de eleição. Tal e qual no mundo real. Yazalde é meeeeeesmo um caso sério dentro da área.
A sua fama vem de longe, muito longe. Da Argentina. Nasce no bairro pobre da capital (Vila Fiorito, o mesmo de Maradona), em 1946, e só entra para a escola aos sete anos de idade. Faz-se acompanhar de si e escassa roupa. Sem livros, nem um. Quem os empresta é Horacio Aguirre, um notável músico argentino nos anos 60. Aos 13 anos, começa a trabalhar para ganhar uns trocos. Que é como quem diz umas chirolas (lunfardo = gíria da capital).
A alcunha cola-se-lhe para sempre. Primeiro como ardina, depois como vendedor de bananas e finalmente a partir gelo. E o futebol? Só mais tarde. Com as chirolas na mão, Hector paga bilhete de pibe (outro termo lunfardo) e entra no estádio do Boca Juniors para admirar os ídolos Valentim, Roma e Rattín. E o futebol jogado? “Como andava sempre feito maltrapilho e com os ténis rasgados, ninguém me queria. Fiz testes no Andes e, mais tarde, no Racing. Nada de nada. Conformei-me. Nem nunca sonhei em jogar na 1.ª divisão.”
Só aos 19 anos de idade, em 1965, é que Yazalde se decide pela carreira de futebolista sem se esforçar por aí além. “Estava a ver um treino do Club Piraña, levado por um amigo muito interessado em entrar na equipa, e pediram-me para ocupar um lugar vago, como se fosse fazer figura de corpo presente.” Nessa tarde, “la rompió”. É a expressão argentina para dar espectáculo. Assina um contrato logo ali e recebe dois mil pesos, o equivalente a um mês de ordenado como vendedor de bananas.
No primeiro ano, Yazalde forma uma dupla imparável com Delfín Edmundo Benítez. Juntos, marcam 70 dos 83 golos. “Chirola era calado, não falava com ninguém. Dentro de campo, mexia-se como ninguém e entendia-me com ele às mil maravilhas. Era tipo, ele pensava e eu executava ou vice-versa.” No segundo ano, o Club Piraña chega à final para jogar a subida de divisão, em campo neutro (Arsenal Sarandí), vs General Mitre. Aos cinco minutos, um-zero. Aos 10′, cartão vermelho directo.
Em ambos os casos, a figura é Yazalde. Golo e expulsão é um binómio indesejado. Sobretudo em 600 segundos. Nas bancadas, Julio Grondona (então presidente do Arsenal Sarandí e já vinculado ao departamento de futebol do Independiente) gosta do que vê e insiste junto do presidente do Independiente para contratá-lo, a troco de dois milhões de pesos.
Yazalde vive o sonho nunca sonhado. Em três anos de Independiente, marca 72 golos em 113 jogos. É o melhor marcador do campeonato argentino e é campeão nacional em 1970. É um ano sui generis. A federação argentina altera as regras para dar mais emoção. Posto isto, se duas ou mais equipas estiverem empatadas na classificação, o factor de desempate é o número de golos marcados – em vez da diferença de golos. É o fim da picada. Há dois candidatos. River e Independiente, juntos até ao último instante. Pois bem, última jornada.
Na sexta-feira, o River dá 6-0 ao Unión, penúltimo classificado. Quer isso dizer que o Independiente tem de marcar três golos ao arqui-rival Racing. O dérbi está marcado para domingo, só que uma tempestade do outro mundo obriga ao adiamento por 24 horas. O sofrimento é imenso. Aquela segunda-feira, dia 27 Julho 1970, é histórica. Há dois estádios completamente a abarrotar. O do Racing, por razões óbvias. E o do River, onde os adeptos se juntam para ouvir o relato de José Maria Muñoz.
Que maravilha, que tempos. Aos nove minutos, 1-0 para o Racing, golo de Benítez. Aos 21′, penálti para o Independiente. Avança Tirabini, defende Cejas. Alegria monumental. Os adeptos do River saltam de contentamento e nem ouvem a informação seguinte: “Dellacasa manda repetir, por adiantamento de Cejas”. Verdade seja dita, Dellacasa é conhecido por ser um árbitro rígido no que toca às regras. E é capaz de expulsar um jogador do River ou do Boca como das equipas de classe média-baixa. Tirabini tenta outra vez, Cejas defende novamente. A explosão é imensa para os lados do River. Pois que Dellacasa manda repetir de novo. Cejas mexe-se antes da bola partir e vê o cartão amarelo. À terceira, sim, Tirabini faz o empate.
Siga a marinha. Antes do intervalo, Perfumo adianta o Racing aos 33′ e Maglioni empata aos 37. Na segunda parte, já com os adeptos do River sem esperança num milagre, eis que aparece a figura de Yazalde. A jogada pertence à dupla Pavoni e Pastoriza. Os dois trocam a bola como senhores doutores e o passe para a direita é primoroso. Aparece Yazalde de rompante, pára no peito e atira uma bola indefensável com o pé esquerdo, sem hipótese para Cejas. É o golo de uma vida. Chirola elevado a rei. Ou não fosse eleito o melhor jogador desse campeonato. Nada mais justo. Melhor é impossível. Ou talvez não, ainda falta a selecção.
Contabilizada a primeira internacionalização e com o Mundial-74 no horizonte, o futuro de Chirola é cada vez mais risonho. E se se aventurasse no estrangeiro? Os interessados fazem fila. Há-os de todos os países, entre Espanha (Valencia), França (Lyon), Brasil (Santos), Uruguai (Nacional Montevideo) e Argentina (Boca Juniors). De repente, Portugal. É o Sporting a dar um ar da sua graça. É o dirigente Abrãao Sorín quem desmarca as férias em São Paulo e desembarca em Buenos Aires para negociar pessoalmente o contrato com o fora-de-série. A oferta de 4200 contos é irrecusável, só que o Independiente torce o nariz a algumas nuances do contrato, sobretudo os 20% pedidos por Yalzade. Um toque aqui, outro ali e o negócio faz-se finalmente por 3500 contos.
Com o dinheiro, Yazalde manda construir uma vivenda no centro de Buenos Aires para os pais e só depois de escolhido o local da empreitada é que viaja para Lisboa, onde chega a 11 de Fevereiro de 1971, na ressaca da vitória da Tonicha com o tema “Menina”, de Ary dos Santos, no Festival da Canção, e do primeiro jogo do Benfica nos Açores (12-0 ao Santa Clara, com seis golos de Torres e cinco de Raúl Águas). O assunto é amplamente noticiado. Aos jornalistas portugueses à sua espera no Aeroporto da Portela, diz-se sentir cheio de confiança. “Quero marcar uma época no futebol português.”
Errrr, mais que isso até. Na estreia oficial, demora um, dois, três, quatro, cinco, seis minutos a encontrar o caminho da baliza. Pobre Boavista (4-1). Antes do intervalo, 2-0 de Yazalde. O futuro está mais que garantido. Três dias depois, a estreia europeia corre-lhe às mil maravilhas com um golo aos noruegueses do Lyn, em Alvalade (4-0), para a Taça das Taças. A semana acaba com um 2-1 no D. Manoel de Melo, casa do Barreirense. Adivinhe lá quem assina o resultado final? Ah pois é. Chirola está em todas.
Até ao fim do ano de 1971, Yazalde contabiliza mais oito golos, três dos quais em Santo Tirso na ressaca do Natal (5-3). De repente, stop. O corpo pede descanso, os golos desaparecem. Janeiro, zero. Fevereiro, zero. Março, zero. Abril, zero. Só se salva Maio, com um festejo na Luz (derrota por 2-1). Calma, o homem só está enamorado. Por uma actriz de revista chamada Carmen.
“Quem me apresentou ao Chirola foi o Camilo. Um dia, estava a entrar no Drugstore Tutti Mundi na Avenida de Roma com uma amiga minha e vejo um homem forte com a Conchita Velasco [actriz/bailarina/diva espanhola], no outro lado da rua. Eles moravam no mesmo prédio, em cima do drugstore: ele no 3.º, ela no 1.º. O Chirola impressionou-me logo, tinha uma cara de índio. Quando cheguei ao drugstore com a minha amiga, encontrei-me com os outros actores de revista, porque almoçávamos todos os sábados e domingos. Um desses actores era o Camilo de Oliveira, um sportinguista enfermo. Perguntei-lhe quem era ele e o Camilo disse-me tudo, menos o tamanho do pé, jajajaja.”
E depois? “Fiz um anúncio publicitário no Guincho e o Chirola apareceu lá. Por magia, supongo. A partir daí, nunca mais me tirou os olhos de mim. Nem eu dele. Ele ia ver as peças de teatro e ficava na primeira fila.” Enquanto a relação avança, Yazalde conquista ainda mais os adeptos do Sporting com uma série de golos. Ao todo, 12 na primeira volta. Mérito maiúsculo, um nas Antas (1-0) e outro na Luz (1-4).
Quando o ano vira, o seu encanto desaparece. É comum acontecer isso aos sul-americanos, mais habituados ao ano civil (de Janeiro a Dezembro) do que propriamente a época desportiva europeia (de Setembro a Maio). Mesmo assim, Yazalde dá cartas na Taça de Portugal, com um bis em Leça (3-1) e um hat-trick ao Torres Novas em Alvalade (5-0). Na final, é seu o momentâneo 2-0 sobre o Vitória FC, no Jamor. O Sporting levanta a Taça de Portugal e Yazalde viaja para umas merecidas férias.
“Levou-me à Argentina para conhecer o país e eu fui, tranquila da vida. A ideia era conhecer e viajar. Às tantas, pedem-me para fazer anúncios televisivos para uma marca de cigarros. Comecei a gostar daquela movida, no país do Chirola. Quando voltei a Portugal, já estava casada. O Chirola tratou de toda a papelada desde a Argentina. Casámo-nos a 16 Julho 1973.”
Agarre-se bem, muito bem, porque Yazalde vai meter o turbo a partir daqui e pulveriza recordes, alguns inéditos (primeiro sportinguista a ganhar a Bota de Ouro, em 1974), outros imbatíveis (46 golos num só campeonato, nem Jardel). É o fungagá da bicharada. Insistimos na ideia, 46 golos em 29 jogos na 1.ª divisão. Eis o seu registo assombroso: Boavista (2), Leixões (2), Belenenses (1), Oriental (4), Farense (2), CUF (1), Montijo (6), V. Guimarães (0), Benfica (0), Beira-Mar (1), Académica (2), Olhanense (2), Barreirense (3), V. Setúbal (1), Boavista (0), Leixões (1), Belenenses (0), Oriental (5), Farense (1), CUF (3), Montijo (1), FC Porto (0), V. Guimarães (0), Benfica (2), Beira-Mar (1), Académica (1), Olhanense (2), Barreirense (1). Seis ao Montijo? Cinco ao Oriental? Que craque, bolas. Naturalmente, é o melhor marcador da Europa e é o primeiro argentino a conquistar a Bota de Ouro. O segundo, espante-se, é Messi.
Como se isso fosse pouco, o de juntar os títulos de melhor marcador da 1.ª divisão e da Europa com os do Sporting (campeonato + Taça = dobradinha), a vida de Yazalde ganha uma nova dimensão com a convocatória rumo ao Mundial-74, na RFA. É ele o primeiro estrangeiro de uma equipa portuguesa a participar num Mundial. E é também ele o primeiro estrangeiro de uma equipa portuguesa a marcar num Mundial. Ainda por cima, aos pares – que o diga o Haiti (4-1). É um fartote, nunca visto.
Para a época 1974-75, o Sporting de João Rocha contrata Alfredo di Stéfano para treinador com a ajuda do compatriota Yazalde. É costume vê-los a comer marisco com champanhe rosé no Gambrinus. Se o pavio de Di Stéfano é curto, demasiado curto, em Alvalade, o de Chirola é interminável. “Era um homem muito sensível e humano”, conta Tomé, seu companheiro de equipa em tardes desportivas e almoçaradas do social.
“Quando acabava os treinos do Sporting, havia sempre uns meninos pobres à porta do campo e ele dava-lhes sempre moedas boas, não daquelas de 5 escudos. O Chirola sempre foi um homem atento aos pormenores e isso fazia a diferença nas relações humanas. Antes dos jogos, era costume haver um carro como prémio para o autor do primeiro golo. Como o Chirola era quase sempre o vencedor e já tinha um BMW bordeaux que adorava, ele fazia papelinhos e sorteava o carro pelos companheiros durante o treino do dia seguinte. Quando não era um carro, era um almoço do Gambrinus.”
Carmen é da mesma opinião. “Ele era um íman, todos gostavam dele. E não digo só os adeptos do Sporting, os do Benfica também. Notava-se na rua, o carinho dos adeptos. Ele retribuía com golos, golos e mais golos. Quando foi receber a Bota de Ouro como melhor marcador da Europa, a organização fechou o Lido e o Beckenbauer disse-lhe ‘tens a mulher mais linda de todos os jogadores do mundo’.”
E também se dá com os jogadores do Benfica. “Sempre se deu bem com o Eusébio, por exemplo. Ou com o Humberto Coelho. Ou com o Toni. Às vezes, jogavam o dérbi e depois jantávamos juntos num restaurante em Lisboa. Eles e nós, as mulheres.” Por essa altura, as noitadas evitam-se. É tempo de construir família. “Antes de me conhecer, o Chirola não podia jogar no Sporting porque chegou a meio a época, em Fevereiro, e porque as duas vagas de estrangeiros já estavam ocupadas. Ele então saía com frequência, sobretudo com Damas e Laranjeira. A partir do momento em que começámos a namorar, ele passou a fazer uma vida caseira.” Que se traduz em golos atrás de golos.
Na ressaca do Mundial-74, Yazalde continua o mesmo. Tomé surpreende-se, tal como os restantes companheiros de equipa. “Nunca levantou a voz, nunca se queixou, nunca nada. Incrível, ele tinha jogado o Mundial, com golos e tudo, e estava igual a si próprio. Que figura castiça.” O Sporting deixa escapar o título de campeão nacional para o Benfica, só que Yazalde mantém o título de melhor marcador, agora com 30 golos.
Nas tardes mais proveitosas, destaca-se um penta ao Olhanense (7-0) e dois póqueres (Atlético 6-1, Leixões 5-2). Mais uma vez, marca nas Antas e na Luz. Incrível como Yazalde diz presente nos jogos grandes. O movimento revolucionário de Abril e a sua constante mutação mexem com o país, em todos os quadrantes. O desporto apanha por tabela e o Sporting já não tem dinheiro para segurar Yazalde. Recusada a proposta de 25 mil contos do Real Madrid em 1974, aproveita-se a de 12 mil e 500 do Marselha um ano depois.
Em França, ganha a Taça e continua forte, de olho no Mundial-78, em casa. “Disseram-lhe para voltar à Argentina, caso quisesse jogar esse Mundial. Nem pensou duas vezes. E fomos para a Argentina.” Yazalde assina pelo Newell’s Old Boys, em Rosario, e dá espectáculo. Como só ele sabe. Acontece que o Mundial-78 passa-lhe ao lado. O seleccionador não o chama, Chirola sofre e nunca mais se recompõe. Como um azar nunca vem só, adoece com gravidade. “Um dia, ainda no Newell’s, ele estava constipado e levou uma injeção. Como estávamos nos anos 70, o médico do clube usou a mesma seringa num outro jogador constipado. Resultado, esse jogador tinha hepatite e passou-a para o Chirola. Já não me lembro se era a A, a B, a C, não me lembro mesmo. O Chirola ficou mal, claro. Teve de passar duas semanas fechado num quarto, preso à cama.”
No regresso aos relvados, já rende os mínimos e abandona, por opção. Coberto de glória. Como primeiro argentino a ganhar a Bota de Ouro. Ou recordista de golos numa época da 1.ª divisão portuguesa (46), à frente dos 42 de Eusébio em 1968 e Jardel em 2002. É obra feita. E bem feita. Acontece. Na vida de Yazalde, é até um hábito.
Todos os 126 golos em 131 jogos (a negrito, fora de casa)
1971-72
Boavista | (4:1) | 2 |
Lyn | (4:0) | 1 |
Barreirense | (2:1) | 1 |
Atlético | (2:0) | x |
Lyn | (3:0) | 2 |
Leixões | (3:1) | 1 |
Académica | (1:0) | x |
Rangers | (2:3) | x |
Vitória SC | (2:1) | 1 |
Belenenses | (1:2) | x |
Rangers | (4:3 ap) | 1 |
CUF | (3:0) | x |
Vitória FC | (0:0) | x |
Tirsense | (5:3) | 3 |
Benfica | (0:3) | x |
Leixões | (2:2) | x |
Académica | (3:3) | x |
Vitória SC | (3:0) | x |
Belenenses | (2:1) | x |
Farense | (1:1) | x |
FC Porto | (2:1) | x |
CUF | (0:0) | x |
Benfica | (1:2) | 1 |
U. Tomar | (2:0) | x |
1972-73
FC Porto | (1:0) | 1 |
Hibernian | (2:1) | x |
U. Tomar | (4:0) | 2 |
Farense | (3:1) | 1 |
Hibernian | (1:6) | 1 |
Vitória SC | (2:0) | 1 |
Benfica | (1:4) | 1 |
Atlético | (4:1) | 1 |
Montijo | (0:0) | x |
Leixões | (0:1) | x |
Boavista | (2:3) | x |
Beira-Mar | (4:0) | 1 |
U. Coimbra | (5:1) | x |
CUF | (0:1) | x |
Barreirense | (5:1) | 2 |
Belenenses | (2:2) | 1 |
Vitória FC | (1:0) | 1 |
FC Porto | (0:3) | x |
U. Tomar | (1:1) | x |
Farense | (4:0) | 1 |
Vitória SC | (1:1) | x |
Benfica | (1:2) | x |
Atlético | (0:1) | x |
Montijo | (4:1) | 1 |
Leixões | (2:2) | 1 |
Boavista | (1:0) | x |
Beira-Mar | (0:0) | x |
U. Coimbra | (3:1) | x |
CUF | (1:1) | 1 |
Barreirense | (4:1) | 3 |
Belenenses | (1:0) | x |
1973-74
Vitória FC | (0:1) | x |
Boavista | (3:1) | 2 |
Cardiff City | (0:0) | x |
Leixões | (3:0) | 2 |
Belenenses | (4:1) | 1 |
Cardiff City | (2:1) | 1 |
Oriental | (7:0) | 4 |
Farense | (3:0) | 2 |
Sunderland | (1:2) | 1 |
CUF | (3:0) | 2 |
Montijo | (8:0) | 6 |
Sunderland | (2:0) | 1 |
Vitória SC | (3:0) | x |
Benfica | (0:2) | x |
Beira-Mar | (5:2) | 1 |
Académica | (3:0) | 2 |
Olhanense | (3:1) | 2 |
Barreirense | (6:1) | 3 |
Vitória FC | (2:1) | 1 |
Boavista | (1:1) | x |
Leixões | (3:0) | 1 |
Belenenses | (0:1) | x |
Oriental | (8:0) | 5 |
Farense | (2:0) | 1 |
CUF | (6:0) | 3 |
Zurique | (3:0) | 1 |
Montijo | (4:1) | 1 |
FC Porto | (2:0) | x |
Zurique | (1:1) | x |
Vitória SC | (1:0) | x |
Benfica | (3:5) | 2 |
Beira-Mar | (1:1) | 1 |
Académica | (1:1) | 1 |
Olhanense | (5:0) | 2 |
Barreirense | (3:0) | 1 |
1974-75
Académica | (1:0) | x |
St Étienne | (0:2) | x |
FC Porto | (1:1) | 1 |
Vitória SC | (2:3) | 1 |
St Etienne | (1:1) | 1 |
Vitória FC | (1:1) | x |
Atlético | (6:1) | 4 |
U. Tomar | (2:1) | 2 |
Farense | (3:0) | 2 |
Leixões | (1:1) | 1 |
CUF | (1:1) | x |
Oriental | (0:0) | x |
Benfica | (1:1) | 1 |
Belenenses | (1:0) | x |
Olhanense | (7:0) | 5 |
Académica | (3:1) | 1 |
FC Porto | (2:1) | 1 |
Vitória SC | (0:0) | x |
Vitória FC | (1:0) | 1 |
Atlético | (3:1) | 1 |
U. Tomar | (3:0) | x |
Leixões | (5:2) | 4 |
Boavista | (0:2) | x |
Espinho | (5:1) | 2 |
CUF | (2:2) | 1 |
Oriental | (3:0) | 2 |
Benfica | (1:1) | x |
Belenenses | (0:2) | x |
Bitris 1
Pentas 2
Póqueres 3
Hat-tricks 3
Bis 16
Maior seca 8 jogos