Great Scott #232: Quem é o defesa recordista de jogos sem ver o cartão vermelho na 1.ª divisão? (só três grandes)
Veloso
No primórdio dos tempos, nem vê-los. Depois, só muuuuito a custo. Agora é useiro e vezeiro, às vezes a roçar o corriqueiro. Falamos dos cartões vermelhos, impostos pela FIFA a partir do Mundial-70.
No ranking da 1.ª divisão, o recordista de jogos sem ver um único vermelho é Veloso. Dono da faixa direita (e até esquerda) do Benfica durante 15 épocas, sete das quais como capitão, nunca encontra um adversário que o ultrapasse, seja em jeito ou em força. Nem mesmo em velocidade. Que o diga Asprilla naquela famosa ½ final vs Parma para a Taça das Taças 1993-94. Mesmo com mais de 30 anos, Veloso contorna a falta de perna com experiência e sabedoria. Às vezes, faz uma falta aqui e ali. Como aquela cotovelada em Balakov na linha de fundo no célebre 6:3. António Marçal, nada de nada.
O único a expulsar Veloso é Jorge Coroado num famoso 2:1 para o Sporting na Luz. Esse mesmo, o jogo da expulsão de Caniggia. Antes, chapéu de Balakov (0:1), bojarda de Iordanov (0:2) e cabeceamento de Dimas (1:2). Na segunda parte, Veloso vê o segundo amarelo por falta sobre o capitão Figo aos 73 minutos. É o único vermelho da carreira na 1.ª divisão. Ao fim de 375.º jogo como benfiquista. Pelo meio, 46 amarelos.
O curioso é que o jogo é anulado pela FPF e mandado repetir, já fora de época, no Restelo (ganha o Benfica por 2:0, bis de Edilson). A FIFA desautoriza categoricamente o Benfica e mantém o 1:2 da Luz. Volta então o vermelho de Veloso à baila. O único em 378 jogos para a 1.ª divisão ao serviço do Benfica. É recorde? Absoluto. O rival mais próximo é Humberto Coelho, com 318 jogos (expulso em Viseu, por Veiga Trigo).
Para fechar o pódio, o portista João Pinto. Ícone do nosso futebol pela capacidade superior de transportar a Taça dos Campeões sem que ninguém a tocasse um bom par de segundos/minutos, o lateral ganha 24 títulos em 16 épocas de Porto. De Março 1983 (duplo amarelo de Raúl Nazaré, na Luz) até Dezembro 1992 (duplo amarelo de José Guímaro, em Chaves), um total de 283 jogos. É obra.
