Great Scott #251: Última selecção sem qualquer jogo de preparação para o Mundial?
Jugoslávia 1982
Qualificação para o Euro-92, Jugoslávia e Dinamarca juntas ao vivo e a cores. A Jugoslávia ganha, rebenta a Guerra dos Balcãs e a UEFA chama a Dinamarca à última hora. O resto é conhecido, um conto de fadas sem igual.
Dez anos antes, qualificação para o Mundial-82. Jugoslávia e Dinamarca juntas ao vivo e a cores. A Jugoslávia ganha com seis vitórias, um empate (Itália 1:1 em Belgrado) e uma derrota (Itália 2:0 em Turim). Contas finais, Jugoslávia em primeiro, Itália em segundo, Dinamarca em terceiro. Passam Jugoslávia e Itália.
A Itália é o que se sabe, outro conto de fadas. O de Rossi, queremos dizer. Com pena reduzida no Totonero, o avançado da Juventus faz uns minutos no campeonato e é convocado pelo seleccionador Enzo Bearzot em detrimento de Graziani (Roma), melhor marcador da Serie A. Na fase de grupos, nem Rossi (zero golos em 270 minutos) nem Itália (três empates, três pontos). Na outra fase de grupos, mamma mia que Itália. Ao 2:1 vs Argentina, o 3:2 vs Brasil. Adeus futebol arte, olá Rossi. Com um hat-trick no Sarriá, o número 20 embala para a Bota de Ouro, com um bis à Polónia na ½ final e o momentâneo 1:0 vs RFA na final. Ao todo, seis golos. A Itália é campeã mundial pela terceira vez.
Errrrr, e a Jugoslávia? É eliminada na primeira fase, com três pontos. O arranque é insosso, 0:0 vs Irlanda do Norte. Segue-se a derrota vs anfitriã Espanha (2:1) e, por fim, a vitória insuficiente vs Honduras (1:0 de Petrovic, de penálti, aos 88 minutos). Dos 22 convocados por Miljan Miljanic, há duas caras conhecidas relacionadas com Portugal, os guarda-redes Pudar (Espinho 1990-91, Boavista 1991-92) e Svilar (pai de você-sabe-muito-bem-quem). Curiosidade esquisita, a Jugoslávia faz cerca de zero ensaios para o Mundial. Nem um para amostra, vai directa da fase de qualificação para a fase final. Nunca visto, jamais repetido.