Great Scott #256: Única competição da URSS sem CCCP nas camisolas?
Mundial-90
Primeiro, o hino. Depois, as camisolas. Finalmente, o futebol. A URSS; tal como a RFA, intimida por fases. No caso dos soviéticos, ainda há umas figuras um tanto ou quanto esfíngicas, desprovidas de sangue quente, como Valeri Lobanovski. Dentro do campo, há robots como Dasaev, Demianenko, Bessonov, Protasov, Aleinikov, Protasov, Belanov. Grandes jogadores, uns possantes, outros magricelas, todos trabalhadores pelo bem comum: a vitória da estética, do futebol positivo, do passe para a frente, do golo em souplesse.
Excepção feita ao título europeu em 1960, na era Yashin, a geração mais prometedora é a do Mundial-86 e Euro-88. No México, um árbitro sueco arruína-lhes o sonho vs Bélgica para os oitavos-de-final (4:3 após prolongamento). Na RFA, é a própria URSS a queixar-se de azar (bola ao poste de Belanov) e aselhice (penálti falhado por Belanov, defendido por Van Breukelen).
Dois anos depois, com alguns dos habituais (Lobanovski, Dasaev, Protasov, Aleinikov, Protasov, Belanov), a URSS aparece no Mundial-90 como primeira classificada do grupo 3 de qualificação, à frente de Áustria, Turquia, RDA e Islândia (com a qual empata os dois jogos). O sorteio do Mundial coloca a URSS vs Argentina, Roménia e Camarões. Na estreia, espanto, bis de Lacatus. Depois, espanto, 2:0 da Argentina com Maradona a evitar um golo com a mão direita (o árbitro é o mesmo sueco do jogo vs Bélgica em 1986).
Para a despedida, espanto, 4:0 vs Camarões (cujo seleccionador é soviético). Seja como for, é um triste adeus. Espanto. Espanto, porquê? A URSS joga pela primeira vez sem o CCCP nas camisolas. É o início de um acontecimento. Ou dois. Glasnost e Perestroika, ideias concretizadas por Gorbachov. O Euro-92 já vê a URSS como CEI, Comunidades de Estados Independentes. Em 1994, nos EUA, já é a Rússia. Até hoje