Great Scott #327: Qual é a casa de fados onde vai Keith Richards na estreia dos Rolling Stones em Portugal (1990)?
O Cabacinha
O Verão de 1990 é marcado pelo Mundial de futebol em Itália. O início é delicioso, Camarões 1:0 Argentina em Milão, no dia 8, uma sexta-feira. No sábado, 5:1 da Chacoslováquia aos EUA, o bis de Lacatus a Dasaev no 2:0 da Roménia vs URSS e ainda o cabeceamento fulgurante do suplente Schillaci no 1:0 da anfitriã Itália à Escócia.
E domingo? Todos para o Estádio José Alvalade, é a estreia dos Rolling Stones em Portugal. Nos três dias em Lisboa, o grupo divide-se em três: Mick Jagger frequenta restaurantes de luxo, Bill Wyman e Charlie Watts entram duas noites seguidas no Plateau, e Ronnie Wood mais Keith Richards visitam a casa de fados ‘O Cabacinha’, em Alfama.
Maria José Belo Marques, do Diário de Lisboa, encontra-os no restaurante e apresenta-se. Faz-se acompanhar do repórter fotográfico Nuno Azevedo e de um papel escrito por Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés, em digressão no Canadá, em que se lê a admiração pelos Stones desde o visionamento de um filme sobre a banda, na altura em que Zé Pedro é um miúdo com 12 anos de idade. Daí para cá, 21 anos de distância. Maria José explica tudo, tintim por tintim. Keith Richards ouve tudo, tintim por tintim.
Acto contínuo, Maria José entrega-lhe o último CD dos Xutos, cortesia Zé Pedro. O guitarrista dos Stones esboça o sorriso, promete ouvir o som português e beija a mão direita da jornalista. Seguem-se as fotografias da praxe e a tourada com os dois mal-encarados seguranças de Keith. ‘Hoje saí à noite porque quero conviver com as pessoas. Além do mais, ele [repórter fotográfico] está com ela [jornalista].’ É o mote para uma noite inesquecível em que Keith Richards e Ronnie Wood ouvem o fado de Micá e aventuram-se a tocar guitarra perante uma plateia reduzida e uns jarros de sangria com petiscos à mistura.